Nesse mês de setembro,
NOSSOS VIZINHOS ILUSTRES
que desenharam a crônica social carioca.
. Rua Joaquim Nabuco, 258 apto 201 - Ipanema
Uma mistura de malandro com aristocrata, Ibrahim Sued (1924-1995) foi um dos mais importantes colunistas sociais brasileiros, e tornou-se conhecido pelos seus famosos bordões:
“De leve“,
“Ademã que eu vou em frente“,
“Olho vivo, que cavalo não desce escada”,
“Os cães ladram e a caravana passa”,dentre outros.
Além de um jeito de falar diferente e de gestos marcantes, parecia que conseguia atrapalhar-se ao dar uma notícia.
Nascido em uma família muito pobre, Ibrahim era filho de imigrantes árabes e morava no bairro do Botafogo. Tendo concluído somente o primeiro grau (o antigo ginasial), aos 17 anos começou a trabalhar no comércio, mas, devido aos frequentes atrasos, acabou dispensado. Morou também em muitas pensões baratas de Copacabana, antes de se tornar famoso.
Exerceu várias atividades até conseguir, em 1946, um emprego de repórter fotográfico, dando plantão nas redações das sete da noite às sete da manhã. Enviado para fotografar a visita do general americano Dwight Eisenhower ao Brasil, conseguiu um clique que o tornou famoso.
Percebendo que algo diferente estava para acontecer, preparou a máquina e conseguiu fotografar o momento em que o líder da UDN, Otávio Mangabeira, fez um gesto dando a impressão de que ia beijar a mão de Einsehower. Muitos críticos utilizaram a foto para combater o chamado “servilismo” brasileiro em relação aos Estados Unidos.
Entretanto, a foto apenas criava uma “ilusão de ótica” devido ao ângulo em que os dois personagens se posicionavam. Na realidade, Mangabeira estava apenas cumprimentando o americano. Ilusão ou não, foi a partir desta foto - publicada na capa do jornal O Globo no dia 9 de agosto de 1946 -
que sua sorte como fotógrafo mudou. Começou a trabalhar com Joel Silveira na revista Diretrizes e travou contato com a nata da sociedade carioca, passando a frequentar as festas do high society.
Elegante, bom de papo e simpático, logo angariou amizades e começou a participar das rodas boêmias da cidade, fundando, juntamente com Carlinhos Niemeyer, Sérgio Porto, Paulo Soledade e Heleno de Freitas o famoso “Clube dos Cafajestes”.
Por essa época, passou também a publicar pequenas notas na seção “Vozes da Cidade”, do recém-criado jornal Tribuna da Imprensa, e na seção “Zum-Zum” do jornal Vanguarda, ganhando destaque e tornando-se conhecido como jornalista.
As portas então se abriram para o “turco” e ele passou a assinar as colunas sociais da revista Manchete e do jornal O Globo. Foi quando ele criou as listas “das dez mais”: as dez mais belas mulheres, as dez mais elegantes e as dez melhores anfitriãs da sociedade carioca. O resultado era sempre alvo de muita curiosidade, expectativa e também de muita polêmica e disputa.
Esperto e atento aos novos tempos, Ibrahim se inspirou nos famosos colunistas americanos e passou a publicar notas políticas e, principalmente, a tecer comentários sobre as pessoas da alta sociedade que ele frequentava. Com seu estilo leve e irônico e com seu jeito peculiar de escrever, misturando os bordões que ele mesmo criava, tornou-se leitura obrigatória nas altas rodas sociais. Ele passou inclusive a dar conselhos de etiqueta aos “figurões da República”, e a conviver com as personalidades mais famosas do Brasil e do exterior.
Nos anos 50, em parceria com Mário Jardim, compôs algumas músicas que foram gravadas por artistas como Cauby Peixoto, Bill Far, Ester de Abreu e Neusa Maria, tendo sido acusado de plagiar o samba “Decepção”, fato que teve grande repercussão na imprensa da época.
Seu casamento com Maria da Glória Drumond, a Miss Minas Gerais 1949 - que ficou conhecida como Glorinha Sued - , em 1958, foi um dos maiores eventos sociais do ano. Aconteceu em 13 de março de 1958 na Capela da Reitoria da UFRJ. Foi até capa da revista Manchete.
Elegante, bom de papo e simpático, logo angariou amizades e começou a participar das rodas boêmias da cidade, fundando, juntamente com Carlinhos Niemeyer, Sérgio Porto, Paulo Soledade e Heleno de Freitas o famoso “Clube dos Cafajestes”.
Por essa época, passou também a publicar pequenas notas na seção “Vozes da Cidade”, do recém-criado jornal Tribuna da Imprensa, e na seção “Zum-Zum” do jornal Vanguarda, ganhando destaque e tornando-se conhecido como jornalista.
As portas então se abriram para o “turco” e ele passou a assinar as colunas sociais da revista Manchete e do jornal O Globo. Foi quando ele criou as listas “das dez mais”: as dez mais belas mulheres, as dez mais elegantes e as dez melhores anfitriãs da sociedade carioca. O resultado era sempre alvo de muita curiosidade, expectativa e também de muita polêmica e disputa.
Esperto e atento aos novos tempos, Ibrahim se inspirou nos famosos colunistas americanos e passou a publicar notas políticas e, principalmente, a tecer comentários sobre as pessoas da alta sociedade que ele frequentava. Com seu estilo leve e irônico e com seu jeito peculiar de escrever, misturando os bordões que ele mesmo criava, tornou-se leitura obrigatória nas altas rodas sociais. Ele passou inclusive a dar conselhos de etiqueta aos “figurões da República”, e a conviver com as personalidades mais famosas do Brasil e do exterior.
Nos anos 50, em parceria com Mário Jardim, compôs algumas músicas que foram gravadas por artistas como Cauby Peixoto, Bill Far, Ester de Abreu e Neusa Maria, tendo sido acusado de plagiar o samba “Decepção”, fato que teve grande repercussão na imprensa da época.
Seu casamento com Maria da Glória Drumond, a Miss Minas Gerais 1949 - que ficou conhecida como Glorinha Sued - , em 1958, foi um dos maiores eventos sociais do ano. Aconteceu em 13 de março de 1958 na Capela da Reitoria da UFRJ. Foi até capa da revista Manchete.
" A noiva chegou nervosa e atrasada quase uma hora. O noivo lançou nova
moda masculina para casamento: casaca mais curta e calças sem listras. Para
a lua de mel ela levou 19 vestidos. E êle 32 ternos. Ficarão na Europa dois meses...
Dom Hélder Câmara celebrou o casamento..."
Ibrahim foi catapultado para a TV, onde passou a comandar na TV Rio o programa “Ibrahim Sued e Gente Bem“, entrevistando famosos, exibindo filmes sobre eventos importantes e tecendo comentários relacionados ao high society.
Em 1965, Ibrahim foi contratado pela TV Globo, onde permaneceu por quase dez anos, apresentando suas colunas ao vivo, sempre com seu estilo irônico e elegante. Em junho de 1974, o programa “Ibrahim Sued Repórter” foi suspenso da grade de programação da Globo devido aos jogos da Copa do Mundo na Alemanha, saindo definitivamente do ar em agosto do mesmo ano. Ibrahim passou então a apresentar um quadro no programa Fantástico, exibido pela TV Globo aos domingos.
O ápice de sua carreira foi a comemoração dos 30 anos de existência de sua coluna, em junho de 1983, em um evento grandioso que contou com a presença de “ tout Rio”. De Roberto Marinho ao General Garrastazu Médici, mais de mil e quinhentos convidados foram prestigiar Ibrahim, com direito a fogos de artifício, passistas de escola de samba, tudo ao estilo Ibrahim, ou seja, grandiosíssimo.
Em 1993, resolveu deixar o jornalismo diário e passou a publicar apenas uma coluna aos domingos no jornal O Globo.
Em 1965, Ibrahim foi contratado pela TV Globo, onde permaneceu por quase dez anos, apresentando suas colunas ao vivo, sempre com seu estilo irônico e elegante. Em junho de 1974, o programa “Ibrahim Sued Repórter” foi suspenso da grade de programação da Globo devido aos jogos da Copa do Mundo na Alemanha, saindo definitivamente do ar em agosto do mesmo ano. Ibrahim passou então a apresentar um quadro no programa Fantástico, exibido pela TV Globo aos domingos.
O ápice de sua carreira foi a comemoração dos 30 anos de existência de sua coluna, em junho de 1983, em um evento grandioso que contou com a presença de “ tout Rio”. De Roberto Marinho ao General Garrastazu Médici, mais de mil e quinhentos convidados foram prestigiar Ibrahim, com direito a fogos de artifício, passistas de escola de samba, tudo ao estilo Ibrahim, ou seja, grandiosíssimo.
Em 1993, resolveu deixar o jornalismo diário e passou a publicar apenas uma coluna aos domingos no jornal O Globo.
Ibrahim Sued foi nosso vizinho ilustre no Arpoador,
à Rua Joaquim Nabuco, 258 apto 201,
quase chegando à avenida Vieira Souto.
Em 1 de outubro de 1995, Ibrahim Sued morreu aos 72 anos, no Rio de Janeiro.
Curiosidades:
- De 1972 a 1986, Ibrahim Sued publicou 5 livros:
. “20 anos de caviar”, . “O Segredo do meu Su… Sucesso”, . “Aprenda a receber: Etiqueta, Nova Etiqueta”,. “30 anos de Reportagem” e . “Vida, Sexo, Etiqueta e Culinária (Do Rico e do Pobre).”
- Em 2004, ganhou uma estátua localizada em frente ao Hotel Copacabana Palace, na Avenida Atlântico, esculpida em bronze pelo artista Marcos André Salles.
- Recebeu, em vida, o título de Professor Emérito do Curso de Jornalismo outorgado pela Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro.
- E também foi homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, durante o carnaval carioca de 1985, com o enredo “Ibrahim, de leve eu chego lá“. Clique abaixo e ouça o samba-enredo.
- Foi capa e entrevista do número 1 do jornal O PASQUIM
4 comentários:
"E êle 32 ternos. Ficarão na Europa dois meses..."
Ficaram?
Ficaram.
Sim, FICARÃO... no futuro. A materia diz que foram, levaram tantos vestido e ternos, e que ali FICARÃO dois meses... Porque foram e ainda não voltaram...
Futuro do Presente
eu ficarei
tu ficarás
ele ficará
nós ficaremos
vós ficareis
eles ficarão
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