sábado, 29 de julho de 2017

MARLENE


  . Avenida N.S. de Copacabana, 484 - Copacabana  


Resultado de imagem para marlene cantoraMarlene (1922-2014), estrela da era do rádio no Brasil, foi um dos maiores mitos desse tempo. Gravou mais de quatro mil canções em sua carreira, e virou lenda sua rivalidade com a cantora Emilinha Borba. 

Marlene tornou-se a mais querida da Aeronáutica - Emilinha era a preferida da Marinha -  e   tinha o aposto É a Maior. Seus fãs mais ardorosos criaram a Associação Marlenista (Amar),nos anos 1950, que desde então guardou tudo que diz respeito à cantora.

Marlene, nome artístico de Victória Martino Bonaiuti, depois Martino Bonaiuti Delfino dos Santos, adotou o nome artístico em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich.

Em 1943, partiu para o Rio de Janeiro, onde, após ser aprovada no teste com Vicente Paiva, passou a cantar no Cassino Icaraí, em Niterói. Ali permaneceu por dois meses até conhecer Carlos Machado, que a convidou para o Cassino da Urca, contratando-a como vocalista de sua orquestra.

Marlene
Em 1946, houve a proibição dos jogos de azar e o fechamento dos cassinos por decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra. Marlene, então, mudou-se com a orquestra de Carlos Machado para a Boate Casablanca. Dois anos depois, tornou-se artista do Copacabana Palace a convite de Caribé da Rocha, que a promoveu de crooner a estrela da casa.

Marlene lançou seu primeiro disco, um 78 rotações com os sambas Swing no Morro e Ginga Ginga, Morena, em 1946. Estreou no programa César de Alencar, na Rádio Nacional, com grande sucesso, em 1948 e no ano seguinte, eleita Rainha do Rádio, passou a ser cantora exclusiva do programa Manuel Barcelos, também da Rádio Nacional. Ainda nesse ano, gravou dois de seus maiores sucessos, acompanhada d'Os Cariocas, Severino Araújo e Orquestra Tabajara: os baiões Macapá e Que nem jiló (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga).

A partir de 1956 gravou mais de 30 LPs e  mais de 60 sucessos, alguns clássicos, como Lata d'Água, Zé Marmita, Sapato de Pobre, Mora na Filosofia
 Se é pecado Sambar, Tome Polca, Apito no Samba.


Cena do filme "Tudo Azul", dos anos 1950, com Marlene, A Maior, cantando Lata dágua de Luiz Antonio e Jota Jr. A Incomparável está ao lado do ator Luiz Delfino, na época seu esposo.

Foi das poucas artistas brasileiras que não perdeu público quando a televisão surgiu, nos anos 50, nem foi relegada quando a Bossa Nova, a Jovem Guarda e o Tropicalismo mudaram os padrões da música brasileira. Na televisão, Marlene participou de novelas como "Chiquinha Gonzaga" (1999), "Viver a vida" (1984), "O amor é nosso" (1981), "Bandeira 2" (1971). No cinema, participou de filmes como "Profissão mulher" (1982), "A volta do filho pródigo" (1978), "Balança, mas não cai" (1953), "Pif-Paf .... Maria" (1945) e "Corações sem piloto" (1944).

Marlene

Nos anos 1950,cumpriu temporada de quatro meses no Teatro Olympia, em Paris, a convite da cantora Edith Piaf (foto à esquerda) , que a conheceu no Rio. e dela disse:
"Carnavalesca, mas dramática. Completa !
Chamada de capa da revista O CRUZEIRO, sobre a turnê, dizia:"Marlene, rainha do samba, com tamborim e pandeiro faz carnaval em Paris"

Marlene foi casada com o ator Luis Delfino e teve um filho, Sergio Henrique. Foi Nossa Vizinha Ilustre de Copacabana, morou no edifício Vitória Régia, na Avenida N.S. de Copacabana 484, esquina com a Rua Paula Freitas. No final da vida, mudou-se para Rua Siqueira Campos. E também, no bairro da Urca, na mesma rua em morou Carmem Miranda, na Avenida São Sebastião 2.

Nenhuma descrição de foto disponível.

Marlene "foi uma cantora do rádio que conseguiu se renovar. Uma das poucas que transgrediram – não só pelo repertório, mas também pelo estilo”, afirma o pesquisador Rodrigo Faour.


"se ela não existisse, 
alguém teria de inventá-la"

Vinicius de Moraes, 1974



domingo, 23 de julho de 2017

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


  . Rua Conselheiro Lafayete, 60 - Copacabana  


Resultado de imagem para carlos drummond de andradeCarlos Drummond de Andrade (1902-1987) poeta, escritor, jornalista, cronista e tradutor brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX. Foi um dos principais poetas da segunda geração do Modernismo brasileiro.

Nascido em uma família de fazendeiros de Itabira MG, em 31 de outubro de 1902, Drummond iniciou seus estudos em sua cidade natal, rumando depois para Belo Horizonte para o Colégio Anchieta de Nova Friburgo, de onde foi expulso por "insubordinação mental", após um incidente com seu professor de português.

Por pressão de sua família, cursou farmácia em Ouro Preto, casando-se ao término do curso com Dolores Dutra de Moraes. Entretanto, não exerceu esta profissão, fundando, em 1925, com outros escritores, "A Revista", que, embora tenha tido somente três edições, foi importante para a afirmação do movimento modernista em Minas Gerais.

Convidado por Gustavo Capanema exerceu a chefia de gabinete do Ministério da Educação até 1945. Com a saída de Capanema do governo, deixou o ministério e assumiu o cargo de editor da “Imprensa Popular”, jornal comunista de Luiz Carlos Prestes, de onde se afastou poucos meses depois, por discordar da orientação editorial do jornal. Foi então chamado para trabalhar no Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN), onde permaneceu até se aposentar em 1962.

Além de ser considerado um dos maiores poetas brasileiros, Drummond brilhou também no jornalismo como cronista - “Correio da Manhã”, a partir de 1954, e  “Jornal do Brasil”,  de 1969 até 1984 - como radialista -  colaborou com os programas "Vozes da Cidade", da Rádio Roquete Pinto e "Cadeira de Balanço" da Rádio Ministério da Educação - e como tradutor de famosos autores como Balzac, Laclos, Proust, García Lorca, Mauriac e Molière.

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Primeira crônica no Correio da Manhã, sobre a falta de água no Rio. 




Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia (1930) | Dicas de livros ...Do início de suas primeiras obras  - “Alguma Poesia”, publicada em 1929, numa edição de 500 exemplares, paga por ele mesmo, e “Brejo das Almas”, de 1934 - até  o derradeiro poema, em 31 de janeiro de 1987 ,"Elegia a um Tucano Morto", que integrou "Farewell", último livro organizado pelo poeta, escreveu textos marcantes. Seus temas eram preferencialmente o indivíduo, a terra natal, a família e as vivências de menino, os amigos, o choque social e a violência humana, o amor e a própria poesia. Foram consideradas suas principais obras"Claro Enigma", "Contos de Aprendiz", "A Mesa", "Passeios na Ilha", "Viola de Bolso", "Fazendeiro do Ar"; "Poesia até Agora", "Viola de Bolso Novamente Encordoada", "Fala, Amendoeira" e "Ciclo", além de “Rio de Janeiro em Prosa &Verso” (em colaboração com Manuel Bandeira) e “Reunião (10 Livros de Poesia”), "Tempo, Vida, Poesia" e  21 poemas para "Bandeira, a Vida Inteira", edição comemorativa do centenário de Manuel Bandeira. Passando por três obras primas: “Sentimento do Mundo” (1940), “José” (1942) e “Rosa do Povo” (1945).

Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, aos 85 anos, poucos dias após a morte de sua filha única em Buenos Aires, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.




Drummond foi nosso vizinho ilustre de Copacabana, bairro que fez morada desde que chegou ao Rio nos anos 1930. Primeiro na Rua Joaquim Nabuco, nº 81, onde residiu 36 anos, até 1962, quando a casa foi demolida. 

Na segunda residência ficou até o fim da vida, no apartamento 701 do Edifício Luiz Felipe, da Rua Conselheiro Lafayete, 60, na divisa com Ipanema.

 


Imagem relacionadaAli trabalhava a partir das nove da manhã depois de ler os jornais,  com sua Olivetti Studio, depois uma Remington, com uma passagem breve por uma máquina elétrica e cercado por estante com muitos livros







Também foi homenageado pelo carnaval carioca:
o poeta deu o título de campeã à Estação Primeira da Mangueira
com o samba-enredo “No Reino das Palavras”, em 1987. 

Resultado de imagem para carlos drummond de andrade  Imagem relacionada

Sua estátua, inspirada em sua foto, está localizada na Praia de Copacabana, no mesmo banco que costumava ficar, e está sempre cercada por admiradores e turistas.


Frases e ditos de Drummond:


“Os bolsos dos poetas só servem para guardar poesias.”


“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer”.


”Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar”.


"Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?


"A dominante é a individualidade do autor, 
poeta da ordem e da consolidação, 

ainda que sempre, 

e fecundamente, contraditórias."



Em tempo: Há 90 anos, em 1928, Carlos Drummond de Andrade publicava na "Revista de Antropofagia" o poema "No Meio do Caminho", que ficou conhecido como "o poema da pedra" e que chocou a crítica literária da época.


*Atualizado em julho 2018

sábado, 15 de julho de 2017

SÉRGIO PORTO


  . Rua Leopoldo Miguez, 53 - Copacabana  

Resultado de imagem para sergio portoSergio Marcus Rangel Porto - Sergio Porto (1923-1968) - cronista carioca dos melhores, começou sua carreira jornalística no final dos anos 40, depois da passagem pelo Banco do Brasil,  e alcançou a fama por seu senso de humor refinado e a crítica mordaz aos costumes.

Além de jornalista se descrevia como "marido, pescador, colecionador de discos (só samba do bom e jazz tocado por negro, além de clássicos), ex-atleta...".

Sobrinho de Lúcio Rangel, pelas mãos do tio começou a escrever na revista Sombra, e depois alçou vôo próprio nos jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa Diário Carioca e também na revista Manchete. Sérgio Porto atuou como redator de programas humorísticos, tanto no rádio e televisão, quanto no teatro. Entre estas participações se destacam os shows escritos juntamente com Nestor do Holanda e Antonio Maria para atores cômicos como Ronald Golias e Chico Anísio, que então iniciavam suas carreiras na televisão. O mais famoso desses shows foi, certamente, Times Square, na TV Rio.

Inspirado no colunista Jacinto de Thormes, pseudônimo de Maneco Muller, precursor do colunismo social no Brasil e criador da listas das As Dez Mais Elegantes,  Sergio Porto, criou Stanislaw Ponte Preta e também "As Certinhas do Lalau", onde cada edição falava de uma musa da temporada. Tudo começou ao ser solicitado para substituir o colunista do jornal ele se recusou, mas aceitou a sugestão, dada por Otto Maria Carpeaux, de usar um pseudônimo para comentar os fatos do dia de maneira crítica, ou mesmo cômica. Inicialmente pensou em Serafim Ponte Grande, o protagonista do livro homônimo de Oswald de Andrade. 

Resultado de imagem para sergio porto e cartolaDaí chegou à solução que até hoje habita o imaginário de quem teve o prazer de ler suas colunas e livros: Stanislaw Ponte Preta como o sobrinho de Tia Zulmira, a anciã do casarão da Boca do Mato, primo do nefando Altamirando e do distraído Rosamundo. Com essa criação, Sérgio, Stanislaw, entrou para o jornalismo como um dos mais mordazes críticos das mazelas de nosso país.

Este seu alter ego, Stanislaw Ponte Preta , o filho que se tornou mais celebre que o pai, nasceu no início da década de 50, na Última Hora. Sérgio, com seu enorme senso de ridículo, era um feroz opositor das chamadas colunas sociais, as precursoras das revistas de famosos da atualidade.

Muitas vedetes e atrizes foram eleitas "certinhas" pela pena do jornalista, como Anilza Leoni, Diana Morel, Rose Rondelli, Maria Pompeo, Irma Alvarez, Carmen Verônica, Zélia Hoffman , dentre 142 selecionadas,  de 1954 a 1968.




Resultado de imagem para febeapá 1a ediçãoSempre muito modesto, mas com seu maravilhoso e imbatível senso de humor, se auto-intitulava “introdutor da grossura na filosofia humorística”. Lançou o FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, que tinha como característica simular as notas jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão militar. Em um deles noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morreu há séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.



Amava os livros e os discos, milhares, que ouvia às vezes enquanto trabalhava, atendendo ao telefone a todo instante, recebendo amigos, contando piadas, e continuando a batucar na máquina, insistindo para que o visitante ficasse, sob a afirmação (verdadeira) de que estava acostumado a escrever no meio da maior confusão.
Era um mestre das frases :

. "Quem dá aos pobres e empresta, adeus!"
. "Mais duro do que nádega de estátua"
. "Em rio de piranha jacaré nada de costas."
. "Mais inútil do que um vice-presidente."
. “Televisão é uma máquina de fazer doidos” 
. "Mais por fora do que umbigo de vedete." 
. "No Brasil as coisas acontecem, mas depois, 
com um simples desmentido, deixaram de acontecer."


Em 1966 compôs o Samba do Crioulo Doido, uma sátira para o Teatro de Revista, em que procurava ironizar a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratarem nos seus sambas de enredo somente fatos históricos. A composição fez parte do musical Pussy Pussy Cats, uma peça de teatro rebolado escrita por Sérgio Porto, produzido por Carlos Machado. Hoje, a expressão do título é usada, no Brasil, para se referir a coisas sem sentido, a textos mirabolantes e sem nexo.


Outra grande contribuição de Sérgio Porto para a música brasileira foi a redescoberta de Cartola. 

No ano de 1957, Cartola havia desaparecido e trabalhava como lavador de carros e vigia de um edifício no bairro de Ipanema. Então, foi reconhecido por Sérgio, que começou a ajudar o músico a retornar aos palcos e retomar sua carreira.





Carioquíssmo, criado e Nosso Vizinho Ilustre em Copacabana, na rua Leopoldo Miguez, quando sua casa natal foi vendida para uma imobiliária, passou a morar em um apartamento no mesmo endereço, de número 53. Foi casado com Dirce Pimentel de Araújo, com quem teve três filhas: Gisela, Ângela e Solange ( foto acima)




Foto acima foi tirada em 22 de Maio de 1952 no calçadão da Praia do Leme. 
O noivo Sergio Porto, a noiva Dirce, 
de frente Fernando Sabino e de perfil Otto Lara Resende. 
Casaram-se na Igreja Nossa Senhora do Rosário no Leme.



O prédio à Rua Leopoldo Miguez, 53 
construído no mesmo local da casa da família de Sérgio Porto 
e onde continuou a viver.

Uma curiosidade

No seu último caderninho de telefones só encontraram telefones de mulheres, de A a Z. Evidentemente os números não tinham a mesma finalidade. 

Alguns telefones desse caderninho

Anilza Leoni ..........................57- 6911
Aracy de Almeida .................29- 4145
Dercy Gonçalves ...................37- 5051
Iona Magalhães..................... 37- 6214
Marina Montini .....................56- 0344
Norma Bengell ......................37- 1904
Odete Lara .............................47- 9911
Zélia Hoffman .......................36- 5646


sábado, 8 de julho de 2017

ASSIS CHATEAUBRIAND


  . Avenida Atlântica, 2406 - Copacabana  


Resultado de imagem para assis chateaubriandPersonagem de peso da história do Brasil do século XX, responsável por grandes mudanças na arte e na imprensa brasileiras, Assis Chateaubriand (1892-1968), Nosso Vizinho Ilustre de Copacabana, instalou-se no  extinto Hotel dos Estrangeiros -  na antiga Praça José de Alencar, no Catete -  ao chegar ao Rio de Janeiro, transferindo-se, em 1924, para o Hotel Copacabana Palace e, finalmente, para a Vila Normanda, situada na Avenida Atlântica, 2406, uma das mais belas mansões da cidade naquela época, adquirida da família Guinle. Hoje o local abriga um edifício que leva o mesmo nome: Vila Normanda.

...“era um casarão de pedra de três andares, 
revestido de madeira entalhada à mão, 
com um enorme gramado 
e um bosque de coqueiros, 
que dava um ar tropical à arquitetura 
européia”.
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Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, mais conhecido como Assis Chateaubriand ou Chatô, foi jornalista, empresário, mecenas e político, destacando-se como um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 a 1960. Foi também advogado, professor de direito, escritor, embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras.

Nascido em Umbuzeiro, interior da Paraíba, Chateaubriand estudou no Ginásio Pernambucano, em Recife, até os 15 anos, quando ingressou na Faculdade de Direito, onde, mais tarde, lecionaria Filosofia do Direito Romano. Começou sua carreira jornalística, ainda estudante, escrevendo para os jornais "Gazeta do Norte”, “Jornal Pequeno” e “Diário de Pernambuco”.

Em 1915, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a colaborar com o "Correio da Manhã”. Em menos de uma década, assumiu a direção de "O Jornal", embrião da maior cadeia de imprensa do país. Chateaubriand tornou-se dono de um império jornalístico - Os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, uma agência de notícias, uma revista semanal ("O Cruzeiro"), uma mensal ("A Cigarra"), revistas infantis e uma editora.
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Foi também pioneiro da televisão no Brasil, criando a TV Tupi em 1950. Os Diários Associados chegaram a possuir 18 estações de televisão.
Simpatizante da Aliança Liberal, Chateaubriand apoiou o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Contudo, dois anos depois, seu apoio à Revolução Constitucionalista o levaria ao exílio.

Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand foi chamado de Cidadão Kane brasileiro e acusado de falta de ética, por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos. Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada e proveitosa com o Presidente Getúlio Vargas, de quem conseguiu a promulgação de uma lei que lhe deu direito à guarda de sua filha Teresa, a qual não teria reconhecido após o nascimento, fruto de um affair com uma jovem de 15 anos. Esta lei ficou conhecida como “Lei Teresoca”.

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 Com o lema "Deem asas ao Brasil”, lançou e promoveu a Campanha Nacional de Aviação, através da construção de aeroclubes e aeroportos no interior do país, embora fosse um dos representantes da emergente burguesia nacional, assumiu posições favoráveis ao capital estrangeiro.

Com seu espírito inquieto e empreendedor, fundou o Museu de Arte de São Paulo – MASP - em 1947, adquirindo na Europa do pós-guerra uma coleção de obras de grandes artistas europeus, graças à colaboração de Pietro Maria Bardi. 











No Museu D´Orsay, em Paris, na exposição Portraits de Cezanne, está a pintura Portrait de madame Cézanne en rouge, comprada por Assis Chateaubruand para o MASP. De 200 pinturas expostas, esta é a única que está em um Museu da América do Sul.

Chatô ficou também conhecido por dar oportunidades e apoio a escritores e artistas desconhecidos em sua época, como Graça Aranha, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Cândido Portinari. 

Eleito senador pela Paraíba em 1952, e, em 1955, pelo Maranhão, renunciou ao mandato para assumir a embaixada do Brasil em Londres.
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Foi o quarto ocupante da Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 30 de dezembro de 1954, na sucessão de Getúlio Vargas. Entretanto, a maior parte de sua obra não se encontra publicada em livros, e, sim, dispersa em artigos para a imprensa.


Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e voltando sua atenção para o rádio e a televisão, sempre investindo em novas tecnologias. Na década de 1960, porém, o maior império das telecomunicações do país estava endividado e Chatô sofre uma trombose que o deixa paralisado. Ele passa então a comunicar-se e publicar seus artigos através de uma máquina de escrever adaptada pela IBM.

Chateaubriand morreu em 1968 e foi velado ao lado de duas pinturas: um cardeal de Velázquez e um nu de Renoir, simbolizando, segundo Bardi, as três coisas que mais amou: o poder, a arte e a mulher.

Curiosidade:

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Ao visitar Nova York, em 1946, para receber o prêmio de jornalismo Maria Moors Cabot, concedido pela Universidade de Columbia, Assis Chateaubriand foi fotografado pelo jornal The New York Times que o apresentou como 
“ o milionário dono de 28 jornais, 13 rádios, 3 revistas e uma agência de propaganda, uma espécie de Hearst brasileiro”.




domingo, 2 de julho de 2017

JOÃO SALDANHA



  . Rua Visconde de Pirajá, 357 -Ipanema  

Imagem relacionada
 João Saldanha  jornalista, escritor e treinador de futebol brasileiro.

 João Alves Jobim Saldanha nasceu em Alegrete, no estado do Rio Grande do Sul, no dia 3 de julho de 1917, e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1934.

Neste 2017 comemoramos cem anos desse gaúcho-carioca!
João Saldanha da Portela, da Banda de Ipanema; de Noel Rosa e Luiz Carlos Prestes ; da praia de Copacabana, da Rua Miguel Lemos; primo por parte de mãe de Tom Jobim, do humor ácido, da crítica precisa, o João Sem Medo, como o apelidou Nelson Rodrigues

Atuou profissionalmente, como jogador, por alguns anos no Botafogo, mas abandonou a carreira e se graduou em jornalismo.

Incentivado por amigos e por sua esposa na época, Ruth (irmã do jornalista Ruy Viotti), aceitou o convite para fazer um teste para integrar a equipe da Rádio Guanabara (atual Bandeirantes AM), montada por Édson Leite. A partir daí, acumulou passagens marcantes pelas rádios Nacional, Globo, Tupi e Jornal do Brasil, TVs Rio, Manchete e Globo (onde apresentou seus comentários esportivos no programa Dois Minutos com João Saldanha) e assinou colunas nos jornais Última Hora, O Globo, Jornal do Brasil e revista Placar. Com toda sua experiência vivida no futebol, não media palavras ao criticar jogadores, treinadores e dirigentes, conquistando fãs e desafetos.

Em 1957, o Botafogo, contratou-o como seu técnico, apesar de sua total falta de experiência. O clube ganhou o campeonato estadual daquele ano, em uma final histórica, em que goleou o Fluminense por 6x2 num time que contava com Garrincha, Didi e Nilton Santos.

Resultado de imagem para joaõ saldanha na copa de 70Em 1969, ele foi anunciado como novo treinador da seleção nacional.

Para a Copa do Mundo de 1970,formou um time-base em sua maioria por jogadores do Santos e do Botafogo, os melhores times da época e os conduziu a 100% de aproveitamento nos seis jogos Eliminatórias.Com As feras do Saldanha, expressão que surgiu de uma frase sua, quando teria dito que convocaria somente "feras", a seleção brasileira reconquistou a autoestima e a confiança do torcedor, que tinha perdido depois da pífia campanha na Copa do Mundo de 1966.

Por supostos desentendimentos com a comissão técnica sobre a condução dos treinamentos foi dispensado do comando da seleção meses antes do mundial, voltando ao jornalismo.

Considerado um dos maiores cronistas esportivos brasileiros, a expressão "Meus Amigos" tornou-se sua marca registrada, posto que iniciava seus comentários com ela.
Colecionou durante anos diversas histórias que não se negava a contar nas rodas de boêmios nos bares cariocas. De temperamento explosivo, chegou a correr armado atrás do goleiro Manga que o acusou de “gaveteiro”. Armado também ameaçou um farmacêutico que recusou-se a atender sua empregada.




Escreveu três livros onde relatava alguns desses fatos curiosos, na sua trajetória no esporte: “Meus amigos...”, “Os subterrâneos do futebol” e “Futebol e outras histórias”.

Durante a Copa de 90 se tornou um grande crítico do esquema apresentado pela seleção.Foi para a Itália com a saúde já debilitada, contrariando uma decisão médica. Demonstrava durante as transmissões na TV Manchete dificuldade para falar e para respirar. Assistiu chateado a eliminação brasileira para a Argentina. Comentando Itália x Argentina, no dia 03 de julho começou a se sentir mal e foi levado para o hospital. Morreu vítima de insuficiência respiratória aguda.

No dia seguinte à sua morte o jornalista Villas Boas Corrêa  publicou uma crônica em que disse

 "O futebol brasileiro fica devendo a João Saldanha a paixão de toda uma vida consumida no fogo de alma indomável, iluminada por uma das mais lúcidas e prontas inteligências que conheci, a bravura do exemplo e de um tipo de coragem ... "

Uma estátua de João Saldanha existe na Calçada da Fama do Maracanã. Em tamanho natural, a obra tem a assinatura do cartunista Ique. 

Saldanha foi casado quatro vezes e deixou quatro filhos Vera, Sônia, Ruth e Joãozinho.

Curiosidade
Rápido e inteligente nas palavras, cunhou frases inesquecíveis, como
  • “Se concentração ganhasse jogo, o time da penitenciária seria campeão invicto.”
  • “Quando o presidente Médici formou o gabinete dele, não me consultou; de modo que para formar o meu time, não preciso perguntar a ele.”
  • “Meu time é formado por onze feras. É preciso desafrescalhar essa história de canarinhos.”
  • “Pelé é para o futebol brasileiro o que Shakespeare é para a literatura inglesa.”
  • “Quatro homens, um ao lado do outro, só em parada militar.”
  • “Se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado.”
  • “Campo de futebol não é loteamento. Ninguém é dono de lote, de posição fixa.”


sábado, 1 de julho de 2017

O blog tem como tema em JULHO ,
duas importantes comemorações:

125 ANOS DO BAIRRO DE COPACABANA
e
100 ANOS DE JOÃO SALDANHA





NOSSOS VIZINHOS ILUSTRES DE JULHO

. JOÃO SALDANHA
. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
. ASSIS CHATEAUBRIAND
. SERGIO PORTO

. LYGIA CLARK