domingo, 1 de setembro de 2019

ZOZIMO BARROSO DO AMARAL



 Rua Prudente de Moraes, 1440 - Ipanema  


Resultado de imagem para zózimo barrozo do amaral
Zózimo Bráulio Barrozo do Amaral, o jornalista carioca da zona sul, Zózimo Barrozo do Amaral (1941- 1997) foi o colunista social de uma época em que a televisão ainda não traduzia para seu público o que acontecia nas grandes praças da moda e do bem viver. Estudou Direito mas não exerceu. Aos 22 anos, vestiu um terno e se apresentou à redação do jornal O Globo para começar a trabalhar como “repórter para assuntos de cidade.” Como tinha tanto a aparência (com olhos azuis cativantes) quanto os modos de gente fina, no ano seguinte foi escolhido para colaborar com Álvaro Americano, então titular da coluna social Carlos Swann. Passado mais um ano, com o pedido de demissão de Americano, Zózimo assumiu o comando da coluna.

Resultado de imagem para zozimo barroso do amaral com a camisa do Flamengo



Entre o final dos 50 e o começo dos anos 80, o Rio de Janeiro foi a capital do glamour e do hedonismo. E Zózimo Barrozo do Amaral, seu cronista-mor. Em "O Globo" e no "Jornal do Brasil". a coluna de Zózimo,foi a melhor maneira de estudar o comportamento social do Rio nas últimas décadas do século XX. Suas notas coincidiam com o fim de um tipo de encontro social. O high society começou a sair de casa para se divertir nas discotecas, como as famosas Regine’s e Hippopotamus. Zózimo, pessoalmente, acompanhou esse movimento e, ótimo dançarino, era visto toda noite nesses points. Divertia-se e saía de lá cheio de informação.

A coluna de Zózimo, das mais bem-informadas, noticiava as transformações da sociedade brasileira, antecipando o que viria a acontecer. Em sua coluna também comentava notícias sobre economia e, como editor, foi responsável pelo chamado "Caderno B" e também editorava o "Informe JB".

" Se Jacinto de Thormes renovou o colunismo social 
com um texto sofisticado
se Ibrahim Sued em seguida acrescentou a hard news
Zózimo completou a receita aproveitando-se disso tudo e salpicando-a de ... humor"
                                                            Joaquim Ferreira dos Santos










Em 1969 o audacioso jornalista de vinte e sete anos disse ...

"Está na hora de as pessoas saberem
quem é Zózimo Barrozo do Amaral.”


...e se despediu de O Globo,para assumir uma coluna com seu nome no Jornal do Brasil
e revolucionar a crônica social.


Zózimo era um torcedor do Flamengo. Vibrava com as vitórias.

JB, 5/12/1978



Mas sempre foi  veemente com os erros do clube. Uma vez culpou as cervejas tomadas por Zico no Hippopotamus como responsáveis por um fiasco do jogador numa partida no Maracanã, dois dias depois. Quanto aos outros clubes?  O colunista ignorava solene e desinteressadamente.

Na década de 1970, um relatório do Departamento de Ordem Política e Social, o DOPs, classificava Zózimo Barrozo do Amaral como “lobo que se escondia por trás da pele de cordeiro e do colunismo social.” Os agentes do DOPs simplesmente não conseguiam interpretar corretamente algumas notas das colunas que Zózimo publicou em “O Globo” e no “Jornal do Brasil” – e por isso mandaram prender três vezes um burguês de fino trato sob a alcunha de esquerdista.

Zózimo também renovou os nomes do que se chamava “alta sociedade carioca” e criou um elenco curiosamente diversificado. Destacava também as mulheres que eram simplesmente bonitas, personagens de novas classes profissionais que surgiam.


O Globo, 7/12/1993


Mas estava surgindo um novo dinheiro, e o glamour se perdia. A cidade se transformara: do black-tie à camiseta da feijoada. E Zózimo via esse novo mundo -  não tinha paciência para essa gente -  e recusava convites dos novos ricos. 

Zózimo Barrozo do Amaral foi nosso vizinho ilustre no bairro de Ipanema, na Rua Prudente de Morais, 1440.






O jornalista Zózimo Barrozo do Amaral foi casado duas vezes. Primeiro com a artista plástica Márcia Barrozo do Amaral, e depois com Dorita Moraes Barros. De seu primeiro casamento teve um filho, Fernando.

Zózimo tem seu lugar no Leblon, em uma escultura que o eternizou aos 40 anos de idade. A estátua assinada pelo escultor Roberto Sá, foi inaugurada em 2001 no local de passagem do jornalista, no final avenida Delfim Moreira, no posto 12, em um a praça que leva seu nome.

Resultado de imagem para zozimo barroso do amaral  Flamengo Imagem relacionada



Curiosidades

Nas entrevistas, ele dizia ter como meta arrancar a cada manhã pelo menos um riso do leitor na mesa do café. Conseguiu gargalhadas inesquecíveis. Tirava sarro de quem quer que fosse, até mesmo de amigos.

O nome de Zózimo tem aparecido, em meio a grandes grifes da literatura internacional, em antologias de melhores frases de todos os tempos.



3 comentários:

AJ Caldas disse...

Excelente crônica, relato ou o quê seja. Retratou bem o personagem e a época que vivenciou

Nossos Vizinhos ILustres disse...

Obrigada. Zózimo foi não só nosso vizinho ilustre, mas um carioca ilustre de saborosa trajetória.
Abs,
Elizabeth

Unknown disse...

Figura carioca!!