. Rua Major Mascarenhas, 32 - Todos os Santos
Afonso Henriques Lima Barreto (1881-1918) jornalista e escritor, publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX.
“Seu projeto literário
é pautado em sua experiência,
e a questão da raça
era fundamental para ele”.
é pautado em sua experiência,
e a questão da raça
era fundamental para ele”.
Lilia Schwarcz em biografia lançada
na Feira Literária de Paraty de 2017,
a qual ele foi o autor homenageado).
Filho de um tipógrafo e de uma professora, Lima era um leitor voraz e seus pais entendiam que a verdadeira libertação só seria alcançada através da educação. Logo cedo ficou órfão de mãe.
Sua trajetória foi extraordinária. Estudou nos melhores colégios, chegando a cursar a Escola Politécnica, um privilégio alcançado por poucos naquela época, em que o analfabetismo registrava taxas superiores a 80%.
Entretanto, não foi fácil sua adaptação ao ambiente universitário, onde quase todos os colegas eram ricos, sem mencionar o preconceito que sofria por ser negro, fato registrado em seus livros. Em 1904, foi obrigado a abandonar o curso universitário, pois seu pai havia enlouquecido e ele teve que assumir o sustento dos três irmãos menores.
De 1907 a 1915, Lima Barreto publicou suas três principais obras: “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, considerada sua obra-prima, e “Morte de M. J. Gonzaga de Sá. Todos três romances contêm fortes traços biográficos.
Um fato curioso na biografia do escritor era sua posição com relação ao futebol.
Ele detestava o esporte e, através de suas crônicas, tornou-se seu mais veemente opositor, o qual ele chamava de “jogo dos pontapés na bola”.
Sobre este tema, publicou dezenas de textos de 1915 até 1922, pouco antes de sua morte, combatendo a prática de qualquer esporte pelos jovens cariocas.
O escritor Carlos Sussekind de Mendonça escreveu em 1921 o livro “O esporte está deseducando a mocidade brasileira”, uma “carta aberta a Lima Barreto”. Embora o alvo do livro fossem os esportes em geral, há muitas alusões ao futebol, causador da falência moral dos jovens, que desenvolvia seus pés e atrofiava seus cérebros.
Tanto Sussekind como Lima opunham-se a nomes da elite cultural do Rio, como Olavo Bilac e Coelho Neto, que defendiam a educação física como forma de aprimorar a saúde física e mental dos jovens.
Este posicionamento levou Lima Barreto e quatro amigos a fundarem, em 1919, a Liga Contra o Futebol, de curta duração, que criticava os clubes por só terem rapazes de classe média e alta entre seus sócios.
“Bendito Futebol”, crônica publicada em 1921, na revista “Careta”, revelava seu inconformismo com as notícias de que a Confederação Brasileira de Desportos decidira não convocar “jogadores de cor” para disputar o Campeonato Sul-Americano em Buenos Aires, com o agravante de que tal medida teria sido sugerida pelo presidente da República Epitácio Pessoa.
A posição do escritor ao futebol não resistiu ao tempo e ele acabou reconhecendo naquele esporte uma das portas abertas para a afirmação do negro no Brasil.
Lima Barreto foi nosso vizinho ilustre em
“Tudo tem limite
e o football
não goza do privilégio
de cousa inteligente”
Sobre este tema, publicou dezenas de textos de 1915 até 1922, pouco antes de sua morte, combatendo a prática de qualquer esporte pelos jovens cariocas.
O escritor Carlos Sussekind de Mendonça escreveu em 1921 o livro “O esporte está deseducando a mocidade brasileira”, uma “carta aberta a Lima Barreto”. Embora o alvo do livro fossem os esportes em geral, há muitas alusões ao futebol, causador da falência moral dos jovens, que desenvolvia seus pés e atrofiava seus cérebros.
Tanto Sussekind como Lima opunham-se a nomes da elite cultural do Rio, como Olavo Bilac e Coelho Neto, que defendiam a educação física como forma de aprimorar a saúde física e mental dos jovens.
Este posicionamento levou Lima Barreto e quatro amigos a fundarem, em 1919, a Liga Contra o Futebol, de curta duração, que criticava os clubes por só terem rapazes de classe média e alta entre seus sócios.
“Bendito Futebol”, crônica publicada em 1921, na revista “Careta”, revelava seu inconformismo com as notícias de que a Confederação Brasileira de Desportos decidira não convocar “jogadores de cor” para disputar o Campeonato Sul-Americano em Buenos Aires, com o agravante de que tal medida teria sido sugerida pelo presidente da República Epitácio Pessoa.
Lima Barreto foi nosso vizinho ilustre em
. Laranjeiras - nasceu na Rua Ipiranga, 18
. Flamengo - Rua Dois de Dezembro
. Centro - Rua das Marrecas
. Engenho Novo - Rua 24 de Maio,
. e ainda Santa Teresa, Catumbi, Boca do Mato, Botafogo e
. Todos os Santos, bairro de seus dois últimos endereços: Rua Boa Vista, 76 ( atual Rua Elisa de Albuquerque e Rua Major Mascarenhas, 32, onde morou até morrer.
Um outro bairro onde morou Lima Barreto foi a Ilha do Governador. Esse endereço foi descoberto recentemente e único imóvel ainda existente dos que o escritor habitou.
aspecto atual da casa
Com seu espírito inquieto e rebelde e com seu inconformismo com a mediocridade reinante, Lima Barreto se entregou ao álcool, chegando a ser internado por duas vezes.
Com a saúde cada vez mais debilitada, o escritor faleceu no dia primeiro de novembro de 1922, aos 41 anos, em sua casa, no bairro de Todos os Santos, no Rio de Janeiro, em decorrência de um colapso cardíaco, sem conseguir ser aceito na Academia Brasileira de Letras, à qual ele concorreu por três vezes.
Em tempo: Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio.
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