sexta-feira, 1 de junho de 2018

MARIO FILHO


 . Avenida Princesa Isabel, 38 - Leme   

Grande jornalista esportivo, nasceu em Recife em 3 de junho de 1908. Responsável pelo primeiro jornal dedicado inteiramente ao futebol, O Mundo Esportivo, irmão do também escritor Nelson Rodrigues, revolucionou o modo como a imprensa mostrava os jogadores e descrevia as partidas, adotando uma abordagem mais direta e livre de complicações, inspirado no linguajar dos torcedores.

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Mario, um rubro-negro tímido, e Nelson, um tricolor apaixonado, imortalizaram o clássico entre Flamengo e Fluminense. O primeiro o fomentou como ninguém; o segundo foi quem melhor o descreveu. 
O Fla-Flu teria outra dimensão sem eles. Aliás, a expressão Fla-Flu muitos julgam ter sido criada pelo próprio Mário.

No início dos anos 1930 passou a trabalhar no jornal O Globo, ao lado de Roberto Marinho, seu companheiro em partidas de sinuca. Em 1936 comprou de Roberto Marinho o Jornal dos Sports  e lá, Mário criou os Jogos da Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que cresceu e se tornou o atual Campeonato Brasileiro.
No final dos anos 40, Mário conseguiu convencer a opinião pública carioca de que o melhor lugar para o novo estádio seria no terreno do antigo Derby Club, no bairro do Maracanã, e que o estádio deveria ser o maior do mundo, com capacidade para mais de 150 mil espectadores. Após sua morte e estádio levou seu nome.



manchete do Jornal dos Sports da inauguração do Maracanã

Ele foi vanguardista. Acima de tudo, percebeu que havia duas personagens que realmente interessavam no esporte: o jogador e o torcedor. 

Mario Filho foi nosso vizinho ilustre no bairro do Leme, à avenida Princesa Isabel, n° 38cuja Lista de Assinantes do Rio de Janeiro e do Distrito Federal de 1949 indica o telefone 37-1065.


Uma curiosidade

Era dia de Flamengo x Botafogo em 1959.
Entre os vivos, raros eram aqueles que conheciam a preferência rubro-negra na alma de Mario Filho. Ele decidiu levar seu neto para assistir ao jogo no Maracanã. Até aí, nada de anormal. Como responsável pelo "Jornal dos Sports", cabia a ele acompanhar o futebol de perto.

O estranho aconteceu quando saiu um gol do Flamengo. O pequeno Mario Neto, sentado junto ao avô, olhou para a cadeira ao lado e, por um segundo, não viu ninguém ali. O jornalista estava no chão, onde caiu após comemorar o gol do Flamengo. Quando se acomodou, diante da cara de espanto do menino, Mario Filho alertou: "Meu neto, não pense besteira, não. É que vamos vender mais jornais."

Balela. Na verdade, ele não queria que o garoto soubesse de seu carinho pelo Flamengo. E seguiu desconfiado de que o neto fosse abrir o bico mais cedo ou mais tarde. Daí concluiu: era melhor comprá-lo. No dia seguinte, ao abrir os olhos, o menino levou um susto: tinha uma bicicleta no seu quarto e um papel pequenininho colado, escrito: "Fiz minha parte." A bicicleta era a parte dele. A  parte do neto seria não contar para ninguém. 


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