. Rua Saddock de Sá, 145 - Ipanema
Em 1959, o artista plástico Ferdy Carneiro convidou alguns amigos para passar o feriado em Ubá , dentre eles Albino Pinheiro( 1934-1999).
Lá ficaram deslumbrados com a irreverente Philarmônica Em Boca Dura, grande atração do carnaval local: cavalheiros de ternos brancos surrados e damas em vestidos senhoriais que ostentavam instrumentos que não faziam a mais vaga ideia de como tocar (uma outra banda “verdadeira”, discretamente, fazia o trabalho). Seis carnavais mais tarde, uns 30 gatos pingados, capitaneados por Ferdy e Albino se inspirariam na verve zombeteira e anárquica da Philarmônica para fundar a Banda de Ipanema.
Albino Pinheiro foi um homem que teve o Rio na alma.
Procurador do Estado, ficou conhecido por ações, não as da justiça, mas as culturais que promovia com enorme sucesso como o projeto Meio-dia e meia e o Seis e Meia, que durante 22 anos, a partir dos anos 70, atraiu multidões à Praça Tiradentes, no Teatro João Caetano , e reuniu a nata da MPB.
Crítico e pesquisador de música popular foi um festeiro-mor, trazendo pra zona sul a boemia da Lapa e as tradições dos carnavais do subúrbio. Daí ser considerado como um dos mais célebres personagens da música e da vida boêmia do Rio de Janeiro
Albino Pinheiro foi nosso vizinho ilustre, no bairro de Ipanema,
no terceiro andar da Rua Saddock de Sá, 145.
Diziam que Albino era movido por quatro paixões: cerveja, carnaval (era portelense), futebol (torcia pelo Fluminense) e sua única filha Paula Pinheiro. Foi considerado pelo jornalista e escritor Fausto Wolff como " o maior prefeito que essa cidade já teve sem nunca ter sido prefeito" e " maior poeta que não escreveu um verso e maior compositor que não escreveu um samba".
No cinema, o documentário Folia de Albino , do ano 2003 (do também cofundador da Banda de Ipanema e falecido cineasta Paulo Cesar Saraceni), traz uma série de depoimentos sobre Albino.
Em 2008, a Escola de Samba Alegria da Zona Sul, apresentou como enredo "CHEGOU O GENERAL DA BANDA! ALBINO PINHEIRO, A ALEGRIA DO RIO"
Curiosidade
Albino Pinheiro costumava dizer que no Rio de Janeiro jamais morreria sozinho. Dito e feito. Cantando e chorando a Banda de Ipanema o acompanhou ao cemitério João Batista.
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