No mês que se comemora o Dia da Televisão, dois nomes que marcam esse veículo de comunicação.
Rua Baronesa de Poconé, 233, Lagoa
Walter Clark Bueno, ou somente Walter Clark ( 1936 - 1997) nasceu em São Paulo,mas mudou-se aos seis anos de idade para a capital carioca, onde começou a trabalhar aos 16 anos de idade, na Rádio Tamoio, de propriedade de Assis Chateaubriand. Lá ele desempenhou as funções de secretário e auxiliar do radialista Luís Quirino.
Sua carreira ganhou grande impulso a partir de 1956, aos 20 anos, quando foi contratado pela TV Rio, primeiro como assessor comercial, passando por diversos cargos até chegar a principal diretor executivo.
Na TV Rio implantou um conceito de faixa nobre na programação, um telejornal inovador, o telejornal Pirelli, e novelas que arrebataram o Brasil. Até 1962, a programação das tevês era irregular, não obedecia a um esquema fixo, segundo o tipo de programa o público de cada faixa horária. Foi Walter, junto com José Otávio de Castro Neves, que lançou naquele ano, na TV Rio, o “Esquema 63”: cada horário com um mesmo tipo de programa, ao longo de toda semana. A essa forma de distinguir a programação eles deram o nome de “grade”, até hoje em uso.
Em 1965 foi chamado por Roberto Marinho para assumir a direção executiva da TV Globo, com a finalidade de reestruturar a área comercial da jovem emissora e reformular a programação.
Um acontecimento marcou a vida de Clark à frente da Globo, e da própria emissora, quando toda a programação foi interrompida para que apenas o jornalismo fosse veiculado, cobrindo por três dias consecutivos as enchentes que assolaram o Rio de Janeiro.
Uma campanha, denominada SOS Globo, tornou a emissora simpática à opinião pública, que começou a ganhar mais telespectadores.
Walter Clark teve papel decisivo em processos como o desenvolvimento do padrão Globo de qualidade, a implementação do conceito de grade (a programação pensada verticalmente, nas diferentes faixas horárias, e horizontalmente, nos diferentes dias da semana), a profissionalização da publicidade na TV e a modernização em geral do modelo de negócios da TV aberta .
Clark trouxe para a Globo um nome que também marcou história na empresa da família Marinho: José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com quem Clark havia trabalhado na TV Rio. Harmoniosa, no princípio, a dupla estabeleceu um jornal (o Jornal Nacional) entre duas novelas, um sucesso na grade da emissora, contando também com o trabalho de Armando Nogueira, um dos mentores do telejornal até hoje no ar.
Sob sua administração, e com a parceria com Boni, outros sucessos da emissora do Jardim Botânico foram criados, como o "Fantástico", "Globo Repórter" e "Globo de Ouro", este último na esteira do "Festival Internacional da Canção", que teve sua primeira edição em 1967.
O nome de Walter Clark ficou tão forte na Globo que chegou a superar até o de Roberto Marinho, o que acabou tornando o relacionamento entre os dois conflituoso. Extremamente talentoso e com algo de visionário, Walter Clark era também dono de uma vaidade sem limites, traço de personalidade que com o tempo inviabilizou sua permanência na televisão. A saída de Clark da Globo aconteceu em 1977.
Depois da marcante passagem pela emissora, atuou como produtor de cinema, em filmes que tiveram boa repercussão, como "A Estrela Sobe", "Bye Bye Brasil" e "Eu Te Amo", entre outros.
De volta à televisão, em 1981, foi diretor-geral da Rede Bandeirantes, mas por pouco tempo, permanecendo na emissora paulista do Morumbi apenas por um ano.
Voltou à TV Rio em 1988, escreveu sua autobiografia com o jornalista Gabriel Priolli, intitulada "O Campeão de Audiência", publicada em 1991 - onde se disse traído por Boni - e foi também vice-presidente do Flamengo e presidente da Fundação Roquete Pinto, entre 1991 e 1992.
Casamentos, de fato, foram cinco. O primeiro, aos 22 anos, com Vânia Rocha de Assis, garota-propaganda da TV Rio, com que teve uma filha, Flávia. Ambas já morreram. Segundo foi em 1961, com Sandra Sodré, vedete dos programas de Chico Anísio. O terceiro, com Ilka Soares, em 1962, que lhe deu Luciana. O quarto com Maria do Rosário Nascimento e Silva, em 1970, mãe de Eduarda. E o último em 1987, com Rosana Uva, com quem teve Amanda. De uma relação breve com Fernanda Bruni, em 1976, nasceu o filho Fernando.
Entre os romances, mais ou menos efêmeros, incluem-se muitas artistas e socialites. No primeiro caso, a lista tem Sandra Bréa, Bete Faria, Sônia Braga e Dina Sfat. No segundo, Lilian Sayão, Silvia Faulkemburgo, Ângela Nabuco. O caso com Sônia Braga foi um dos mais comentados, mas durou pouco, apenas o verão de 1979. “Se com Bete (Faria) eu já viração atração turística quando saíamos à rua, com a Sônia, que estava no auge do sucesso de Dancin’ Days, era quase um evento. Tiravam fotografia, vinham conversar, as crianças pediam autógrafo.”
Mas o romance mais tempestuoso foi com Regina Léclery, ex- Simonsen nascida Rosemburgo, locomotiva carioca que morreu no desastre do avião da Varig em Orly, em 1973. Por causa dela, terminou o casamento com Ilka Soares e quase, também, o com Maria do Rosário.
Entre os romances, mais ou menos efêmeros, incluem-se muitas artistas e socialites. No primeiro caso, a lista tem Sandra Bréa, Bete Faria, Sônia Braga e Dina Sfat. No segundo, Lilian Sayão, Silvia Faulkemburgo, Ângela Nabuco. O caso com Sônia Braga foi um dos mais comentados, mas durou pouco, apenas o verão de 1979. “Se com Bete (Faria) eu já viração atração turística quando saíamos à rua, com a Sônia, que estava no auge do sucesso de Dancin’ Days, era quase um evento. Tiravam fotografia, vinham conversar, as crianças pediam autógrafo.”
Mas o romance mais tempestuoso foi com Regina Léclery, ex- Simonsen nascida Rosemburgo, locomotiva carioca que morreu no desastre do avião da Varig em Orly, em 1973. Por causa dela, terminou o casamento com Ilka Soares e quase, também, o com Maria do Rosário.
Ele deixou quatro filhos: Luciana, filha do casamento com Ilka Soares; Eduarda, filha de Clark e Maria do Rosário Nascimento e Silva; Fernando, filho do casamento com Fernanda Bruni, e Amanda, do casamento com Rossana Clark. A quinta filha de Walter Clark, Flávia, filha de Vânia Rocha de Assis, garota-propaganda da TV Rio, morreu em um desastre no mesmo dia do nascimento de Fernando. Em homenagem à filha, Clark deu à sua produtora o nome de Flávia Filmes.
Walter Clark, foi nosso vizinho ilustre no bairro da Lagoa, na cobertura da Rua Baronesa de Poconé, 233.
O salário mensal de Walter, estimado à época em 1,5 milhão de cruzeiros, lhe permitia um alto padrão de vida. Nessa cobertura duplex com 1 200 metros quadrados encontravam-se móveis coloniais, poltronas modernas, porcelana chinesa, pequenas esculturas egípcias em ferro, budas autênticos, bichos javaneses, tapetes persas, elefantes em louça da índia. Nas paredes, quadros de Manabu Mabe, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, João Câmara Filho, Djanira da Motta e Silva, além de quatro reproduções de Victor Vasarely assinadas.
As sequências do filme "Eu Te Amo" (1980), de Arnaldo Jabor, ( e produzido por Walter Clark) foram filmadas no interior desse apartamento.
Walter Clark morreu em seu apartamento no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1997, aos 63 anos, vítima de insuficiência cardíaca e respiratória.
O salário mensal de Walter, estimado à época em 1,5 milhão de cruzeiros, lhe permitia um alto padrão de vida. Nessa cobertura duplex com 1 200 metros quadrados encontravam-se móveis coloniais, poltronas modernas, porcelana chinesa, pequenas esculturas egípcias em ferro, budas autênticos, bichos javaneses, tapetes persas, elefantes em louça da índia. Nas paredes, quadros de Manabu Mabe, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, João Câmara Filho, Djanira da Motta e Silva, além de quatro reproduções de Victor Vasarely assinadas.
As sequências do filme "Eu Te Amo" (1980), de Arnaldo Jabor, ( e produzido por Walter Clark) foram filmadas no interior desse apartamento.
Walter Clark morreu em seu apartamento no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1997, aos 63 anos, vítima de insuficiência cardíaca e respiratória.
Curiosidade
O que poucos se lembram é que aquele time era comandado, nos bastidores, por uma figura muito conhecida da Televisão. Walter Clark.
Walter Clark foi um dos principais aliados de Márcio Braga nos primeiros dois mandatos do cartola rubro-negro.Mas ele acabou se decepcionando com o presidente.
Indicado à vice-presidência de futebol, o primeiro contato de Clark com os atletas foi num dia de treino, no vestiário.
" Em meu discurso, disse aos atletas que não estava ali de brincadeira, só para aparecer – isso eu já conseguia naturalmente, sem o Flamengo. Afirmei que estava ali para ser campeão e ainda naquele ano, apesar da nossa péssima situação no campeonato."
A grande surpresa, porém, fica por conta das palavras de Clark com relação a Rondinelli. Autor do histórico gol do título do Campeonato Carioca de 1978, contra o Vasco, o Deus da Raça não contava com a preferência do vice-presidente de futebol. Ele mesmo conta a história:
"O Rondinelli, zagueirão, não me despertava a menor simpatia. Cometia muitas ingenuidades, errava quando não podia. (…) Eu queria vendê-lo de qualquer jeito, mas a torcida gostava dele. Chamava-o de “Deus da Raça” e tive de me calar. Para minha surpresa, foi justamente ele quem fez o gol que nos deu o título. Subiu para a área, cabeceou e liquidou a fatura."
Nenhum comentário:
Postar um comentário