sábado, 14 de abril de 2018

SYLVIA TELLES



  . Avenida N.S. de Copacabana, 484 - Edifício Vitória Régia 



Resultado de imagem para sylvia telles e candinhoSylvia Telles ( 1934 - 1966), também conhecida como Sylvinha Telles, foi uma das mais importantes intérpretes dos primórdios da bossa nova e Dindi, um de seus grandes sucessos.

Apesar de ser em Botafogo, na Rua Farani, que Sylvinha Telles deu os primeiros passos em sua carreira como cantora, foi em Copacabana que ela compartilhou o mesmo endereço que a cantora Marlene, um dos maiores mitos de nossa música popular. Este endereço tem história. Avenida N.S. de Copacabana, 484. Edifício Vitória Regia.

Segundo o pesquisador João Máximo, 


"Sylvinha foi uma das melhores intérpretes 
da moderna música brasileira, 
entendendo-se como tal a que vai 
de Ponto final - com Dick Farney 
e Amargura, com Lúcio Alves, 
até as canções que Tom e Vinicius 
fizeram depois de Orfeu da Conceição".

Sua estreita relação com a turma jovem da bossa nova teve início em 1958, ao participar do antológico show do Grupo Universitário Hebraico, comandado por Ronaldo Bôscoli, substituindo João Gilberto, e que reuniu Carlos Lyra, Nara Leão e Roberto Menescal. Foi neste show, "Carlos Lyra, Sylvia Telles e os seus Bossa nova", que a expressão "bossa nova" foi divulgada pela primeira vez.

Em 1959, Sylvinha Telles gravou dois LPs com 24 canções, das quais 18 eram de Jobim.



Filha de mãe francesa e do músico carioca Paulo Telles, foi seu irmão Mário Telles, músico como o pai, que a ajudou a vencer a resistência familiar à sua carreira de cantora.

Dona de um faro musical invejável ajudou a garimpar novos talentos em nossa música popular, como Tom Jobim, Chico Buarque, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Roberto Carlos, dentre outros. Foi ela quem foi receber Caetano na Rodoviária Novo Rio, quando ele chegou à nossa cidade, vindo de Salvador.

Seu sonho era ser bailarina, e seu tempo, ela dividia entre as aulas no Sacre Coeur de Marie e as aulas de dança com a professora Madeleine Rosay, do Corpo de Baie do Municipal. Também estudava piano e gostava de cantar, exibindo seu talento nas reuniões que seu irmão promovia, na casa da família, na Rua Farani.

Com apenas 19 anos, apresentou-se escondida do pai, no programa Calouros em Desfile, comandado por Ary Barroso, na Rádio Tupi. Esta apresentação rendeu-lhe um convite para atuar como assistente de palco do Circo do Carequinha, da extinta TV Tupi.

Imagem relacionadaGente Bem e Champanhota, revista musical apresentada no Teatro Follies, em Copacabana, em 1955, marcou o início da carreira de Sylvinha como cantora, e lhe rendeu um compacto simples com as faixas “Amendoim Torradinho” e “Desejo”, de Garoto, José Vaconcelos e Luis Claudio. Durante esta gravação, Sylvinha foi acompanhada pelo namorado e futuro marido, o violonista Candinho, com quem teve sua única filha, a cantora Cláudia Telles, que hoje em dia é a maior divulgadora do repertório de sua mãe.

O casal (foto ao lado) atuou na TV Rio, apresentando o programa “Música e Romance”, recebendo convidados como Dolores Duran, Tom Jobim, Johnny Alf, Garoto e Billy Blanco. Um grande destaque do programa era a interpretação de Sylvinha de “Foi a Noite”, de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça. Essa canção fez parte do disco lançado pela cantora em 1956, gravação considerada hoje como marco precursor da bossa nova.

Carícia, LP lançado em 1957, traz pela última vez o registro do dueto entre Sylvinha e o ex-marido
Candinho na canção “Tu e Eu”, com que abriam e fechavam o programa Música e Romance.






A maioria de seus discos está fora de catálogo, o que dificulta o seu conhecimento pelas novas gerações.





Pouco antes de morrer, em 1966, na TVE, Rio de Janeiro,
 em entrevista a Fernando Lobo. Ela canta "A felicidade"



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