domingo, 15 de janeiro de 2017

LIAN PONTES DE CARVALHO, o inventor do Frescobol


 . Avenida Atlântica, 1496 - Copacabana 


 Lian Pontes de Carvalho, paraense, era frequentador do trecho da praia de Copacabana compreendido entre o Copacabana Palace Hotel e a Rua Duvivier , o chamado posto dois e meio. Nadador,  era dono de uma fábrica de móveis de piscina, pranchas e esquadrias de madeira, na Rodovia Presidente Dutra.  Ele começou a jogar na areia algo semelhante ao jogo de raquetes, jogado por oficiais franceses, espanhóis e ingleses. Uma espécie de tênis na areia, em 1945.Em sua fábrica, Lian confeccionou as primeiras raquetes, mas elas pereciam, com facilidade, por causa da maresia. 




Após o término da 2ª Guerra Mundial, o jogo tomou impulso na areia e as raquetes do "seu"Lian vendidas na praia com o auxílio dos guarda-vidas. Sem o intuito de patenteá-las, ele chegou a comercializar boa quantidade delas para uma loja do centro da cidade. Os que não podiam comprar ou mandar fazer suas raquetes em serrarias cortavam pedaços de madeiras nas obras dos prédios em construção na Avenida Atlântica e lhes davam forma e acabamento aparando-as árdua e pacientemente com cacos de vidro, serra tico-tico e lixa. As raquetes eram rústicas e pesadas.  

Lian Pontes de Carvalho, morou no edifício de n.º 1496, na Avenida Atlântica, esquina de Rua Duvivier, já demolido.


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Vendo essa limitação, já na década de 1950, o arquiteto Caio Rubens Romero Lyra, morador da Rua Bulhões Carvalho, no lado do Arpoador, decidiu pedir a um amigo carpinteiro construir outras raquetes mais resistentes à água do mar. O carpinteiro trabalhava na própria casa, na Rua Sousa Lima, também em Copacabana.

Até essa época, o frescobol não tinha esse nome. Ele era conhecido apenas como "tênis de praia", e sua prática na beira da água causa polêmica, por oferecer risco à segurança de caminhantes e banhistas.



Ia, assim o tal tênis da praia se tornando um esporte.

O nome  do esporte, existem duas versões para sua origem. Uma, que foi criado a partir da expressão "frescor do final da tarde" , que  ”era utilizada por senhoras que frequentavam a praia, à tarde. Os “gringos” que não suportavam jogar no auge do calor, preferiam à tarde, no frescor. E aí misturaram os termos “FRESCO” + “BALL” e os cariocas denominaram, então, o esporte de Frescobol.


Outra versão é que o nome teria sido dado, de forma brincalhona, por um de seus praticantes em 1958, o humorista Millôr Fernandes, que naquela época fazia muito sucesso com suas páginas da coluna O Pif-Paf, da revista O Cruzeiro. Era uma forma de definir o pingue-pongue de praia como um esporte de "fresco".

O esporte estendeu-se ao Leme e ao posto 6 sempre com um número crescente de praticantes, o que originou os primeiros atritos entre praticantes e banhistas, e que determinou a primeira proibição pela polícia, em Copacabana, nos anos 50 e 51, transferindo-se para a Praia do Diabo, onde se tornaria a grande academia de Frescobol. Junto com Lian os primeiros jogadores de frescobol foram: Milton Cavalcanti, Geraldo Éboli, Haroldo Hage Nicolau, vários integrantes do famoso Clube dos Cafajestes, como Carlinhos Niemeyer e Mariozinho de Oliveira.

Curiosidades:
  • O frescobol, hoje,é Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro. 
  • Dia 10 de julho é o Dia Estadual do Frescobol

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