Antonio Rodrigues ( 1918 -1990) ex- entregador de marmitas, motorista de lotação da linha Muda-Copacabana, afinador de pianos da Escola Nacional de Música, carioca de Vila Isabel, começou em 1952, modestamente em uma loja de Copacabana, uma atividade profissional que acabou registrada na Carteira de Identidade do Instituto Félix Pacheco:
PAPAI NOEL.
Um dia, ao volante, decidiu que a melhor maneira de ajudar as crianças seria se tornar o bom velhinho e acabou encontrando vaga nas Lojas Americanas de Copacabana, com um salário de 150 cruzeiros. Na hora h vestiu a roupa e não resistiu à emoção. O choro e as lágrimas destruíram a maquiagem , e ele começou a função uma hora depois do combinado.
Dez dias depois, soube que a Legião Brasileira de Assistência faria uma grande festa no Maracanã. Procurou dona Darcy Vargas, a primeira-dama, e se ofereceu pra ser o Papai Noel. Assim , em 22 de dezembro de 1952 , Papai Noel descia pela primeira vez de helicóptero no estádio cheio de crianças. Nos anos seguintes outros presidentes e primeiras-damas iriam recebê-lo, da tribuna de honra até que em 1958 o prefeito do Rio lhe concedeu o título oficial da cidade e em 1959, Juscelino Kubitschek concedeu-lhe o título de Papai Noel Oficial do Brasil. Em 1963, ele ganhou a carteira de identidade número 505520 do Instituto Félix Pacheco, com o título incorporado ao nome.
Foi casado por 53 anos com dona Nailda, teve uma única filha, que morreu logo após nascer.
Morador de uma casa amarela, na rua Maxwell 20-B, onde qualquer carta dirigida a Papai Noel era entregue pelos Correios - que sabiam de cor esse endereço - e onde ele mesmo montou um museu com objetos, fotos e reportagens.
Ao longo de 38 anos reuniu milhões de pessoas no Maracanã pra assistir à "sua" chegada. Morreu em novembro de 1990.
Uma curiosidade:
Durante 21 anos teve um "contrato" com o jornal O GLOBO, que organizava a festa da chegada de Papai Noel. Mas um contrato com o empenho de sua palavra, sem nenhum papel assinado e dizia sempre que ele iria vigorar "enquanto eu estiver sobre a Terra".
4 comentários:
Estou hoje com 62 anos e posso dizer que uma das maiores alegrias que tive em minha vida foi o prazer de ter convivido em alguns momentos em sua companhia.
Que legal, Gilmar!
Ele também fez parte da minha infância por conta de algumas vezes, que fui ver a chegada de Papai Noel na Quinta da Boa Vista.
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Abs,
Elizabeth
Tive a honra de conhecer ele e a esposa pessoalmente, na casa dele. Que orgulho! Que casal! Seres humanos fantásticos! Tenho fotos minha pequena com eles na casa deles, sem a roupa, simplesmente Sr Antônio e Dna Nailda. Que saudades... Meus natais nunca mais foram os mesmos...
So 1 pequeno detalhe...a casa amarela que aparece na foto nao e a casa que Seu Antonio morava.. e sim na casa encoberta pelo muro a esquerda, colada na Vila na época não existia este muro..Era amigo de infância de meu Pai , amigo de toda minha família, nos anos 60 quem várias vezes o levava (de carro) até o heliporto para pegar o helicóptero foi o meu Pai (fui junto uma vez)
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