domingo, 4 de dezembro de 2016

DAVID NASSER

 . Rua Oliveira da Silva, 40  Tijuca  




David Nasser ( 1917-1980) nascido em 1° de janeiro - centenário! -  foi o repórter mais famoso de seu tempo - entre os anos 50 e os 70.
Trabalhou entre 1943 e 1974, na revista O Cruzeiro e por lá formou uma parceria com o fotógrafo Jean Manzon e tornaram-se então a mais comentada dupla de repórter-fotógrafo do Brasil.


David Nasser era uma figura que dava pouca relevância para os fatos e muita para o efeito de suas reportagens. Inventava, alterava, adequava a realidade à carga de efeito que seus escritos pudessem trazer. Era mais importante do que a notícia.

Notabilizou-se pelas chamadas grandes reportagens de impacto, livros de grande repercussão e compôs cerca de 300 músicas, algumas de muito sucesso, como Nêga do Cabelo Duro (com Rubens Soares), Camisola do Dia, Hoje Quem Paga Sou Eu, Atiraste uma Pedra (com Herivelto Martins), Confete (aquela do "pedacinho colorido de saudade", com Jota Júnior), Normalista (com Benedito Lacerda, grande sucesso na voz do amigo Nelson Gonçalves), 
Canta Brasil (com Alcir Pires Vermelho)




 E até a valsa que ainda hoje embala a despedida de ano novo "Adeus ano velho, feliz ano-novo...", parceria com Francisco Alves, muitos não sabem e é de David Nasser.


David Nasser nasceu em Jaú, no interior de São Paulo, em 1917. Ano que vem comemora-se seu centenário. Os primeiros anos de vida foram passados em Caxambu, Minas Gerais, e, quando era adolescente, veio com a família para o Rio de Janeiro.

Sempre morou na Tijuca. Dois de seus endereços no bairro, foram:
  • rua Oliveira da Silva, 40, cobertura 02 , cujo telefone foi 38-6687
    (no padrão antigo de 6 dígitos)



    e
  • rua Barão de Mesquita  bem em frente à Rua Silva Teles, em uma casa que todos achavam meio misteriosa e, aparentemente, muito grande para os padrões da época.
Curiosidades
.Teve meningite, que lhe deixou sequelas. Andava com dificuldade, tinha os movimentos das mãos atrapalhados, enxergava mal e escrevia com dois dedos.   
.O deputado federal Barreto Pinto foi entrevistado por David Nasser e deixou-se fotografar em seu gabinete e numa banheira, vestido de fraque e cartola, mas sem as calças (de cuecas samba-canção). O caso resultou na cassação do deputado.
      
Jean Manzon, 1946 - Revista O Cruzeiro

Um comentário:

Veiga Macedo disse...

"David Nasser era uma figura que dava pouca relevância para os fatos e muita para o efeito de suas reportagens. Inventava, alterava, adequava a realidade à carga de efeito que seus escritos pudessem trazer. Era mais importante do que a notícia."

É desde esse tempo os jornalistas comprometidos consigo mesmo!!!
E até hoje querem liberdade absoluta!!!