De origem humilde, nascida em Avaré, interior paulista, descendente de imigrantes austríacos e neta de índios guaranis, Djanira (1914-1979) mudou-se ainda criança com a família para Porto União, em Santa Catarina. Ao regressar à sua cidade natal, trabalhou nos cafezais da região e suas lembranças da gente simples do campo foram projetadas em seus quadros.
Na foto com seu cão Horácio
Ao se instalar em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em 1939, adquiriu a Pensão Mauá, que se tornou local de convívio de diversos artistas e intelectuais da época. Em 1940, Djanira passou a ter aulas com os pintores Emeric Marcier e Milton Dacosta, seus hóspedes na pensão. Nesse mesmo ano, passou a frequentar o curso noturno do Liceu de Artes e Ofícios.
Pintora autodidata, buscava inspiração em cenas do cotidiano e nas paisagens brasileiras e reproduziu em sua pintura, de maneira singela e poética, a paisagem nacional em um estilo chamado de arte primitiva, com linhas e cores simplificadas. Em sua obra coexistem uma diversidade de cenas, como as festas folclóricas, as temáticas religiosas, o cotidiano dos tecelões, os colhedores de café, os batedores de arroz e os vaqueiros.
Comparada à Portinari, Djanira representou com perfeição a alma brasileira.
Pintora, desenhista, ilustradora e cenógrafa, Djanira foi a primeira artista latino-americana a ser representada no Museu do Vaticano, com a obra "Sant’Ana de Pé". É de sua autoria também o mural "Candomblé", encomendado por Jorge Amado para sua casa em Salvador, além do painel “Santa Bárbara”, com 130 m2, primeiramente instalado no Túnel Santa Bárbara, em Laranjeiras, e, posteriormente transferido para o Museu Nacional de Belas Artes.
Djanira visitando o interior do Túnel Santa Bárbara onde inicialmente foi instalado seu painel
O painel Santa Bárbara, o maior painel do Brasil, atualmente no Museu Nacional de Belas Artes
Djanira foi nossa vizinha ilustre em Santa Teresa,
no condomínio Vila Jardim Cecília, à Rua Almirante Alexandrino, 2603.
No apartamento onde morou , Djanira produziu a maioria de suas pinturas, gravuras e desenhos.
Depois de sua morte, mais de 800 obras foram doadas ao Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, enquanto parte do acervo permaneceu com o viúvo, o poeta e historiador José Shaw de Motta e Silva, o Motinha e com Rachel Trompowsky Taulois da Motta e Silva, amiga de Djanira e que se casou com Motinha após a morte da pintora.
“Djanira fazia uma arte popular,
mas com uma sofisticação única,
de forma semelhante ao que
Pixinguinha fez na música.
Era uma artista única”.
galerista Evandro Carneiro
Djanira da Motta e Silva faleceu no Rio de Janeiro, no dia 31 de maio de 1979.
“Djanira fazia uma arte popular,
mas com uma sofisticação única,
de forma semelhante ao que
Pixinguinha fez na música.
Era uma artista única”.
galerista Evandro Carneiro
Djanira da Motta e Silva faleceu no Rio de Janeiro, no dia 31 de maio de 1979.
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