sábado, 20 de maio de 2017

MÁRIO REIS



 . Av. Atlântica, 1702  - Copacabana  


Mário da Silveira Meireles Reis ou simplesmente Mario Reis (1907-1981)  foi uma voz diferenciada da Música Popular Brasileira.
Inaugurou um estilo de cantar diferente do que havia no Brasil até então. Ao contrário dos vozeirões do rádio, cantava de maneira coloquial, com outro timbre e uma divisão rítmica mais ágil, dando uma interpretação diferente às canções, que antecipou a revolução   João Gilberto/bossa-nova.

Nas palavras do crítico Tárik de Souza, foi "o mais carioca dos cantores".

De família abastada, conhecida na sociedade carioca era sobrinho de Guilherme da Silveira, o Silveirinha, dono da Fábrica Bangu, de tecidos.

Na década de 30 firmou-se como um dos maiores intérpretes de Noel Rosa.




No entanto, mesmo consagrado como um dos maiores cantores da era do rádio, afastou-se do meio artístico nos anos 40, voltando a gravar esporadicamente.
“Não fiquem pensando que há um mistério na minha retirada. Aconteceu que eu sempre quis levar uma vida simples e, se continuasse cantando, eu a perderia. Não gosto de ser entrevistado, de ser fotografado nem de exibicionismo. Além disso, parei porque não tinha mais nada a fazer em termos de música”, revelou, em raríssima entrevista de 1971.
Voltou, atendendo a um pedido de Dona Darcy Vargas, para participar, como amador, do espetáculo Joujoux e Balangandãs quando cantou, com Maria Clara Correia, a marcha Joujoux e Balangandãs e, sozinho, o samba Voltei a cantar composto especialmente para o espetáculo por Lamartine Babo.



Mário Reis se apresentou vestido de casaca e, na entrevista que concedeu à Rádio Jornal do Brasil, ele diz que esta foi a primeira vez que o samba entrou no Municipal, e de casaca. A festa ocorreu nos dias 28 e 30 de julho de 1939 e tratava-se de uma seqüência de cenas costuradas por um texto de Henrique Pongetti, Lea Azevedo da Silveira e Ilda Boavista transformando-se no show de elite mais comentado da época.


Mário Reis foi nosso vizinho ilustre de Copacabana, quando passou a residir no Hotel Copacabana Palace, em 1957 - na Av. Atlântica, 1702 -  onde se manteve até o fim da vida, ocupando o quarto nº 140.
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Em 1971 gravou seu último LP intitulado apenas "Mário Reis", lançado simultaneamente com um show de 3 dias que apresentou no Golden Room do Copacabana Palace, e pelo qual recebeu a importância de 5 mil dólares por dia.





Vale lembrar que em 1995 Mario foi personagem central do filme O Mandarim, de Júlio Bressane. Nele, Mario, interpretado por Fernando Eiras, se encontrava com diversas gerações de músicos brasileiros fundamentais, de Sinhô e Noel Rosa a Caetano Veloso. São encontros que de fato aconteceram, e que atestam a importância de Mario como influência preponderante no estilo de cantar de dez entre dez grandes nomes da música popular.

Uma curiosidade

O lado A do disco "Mário Reis" tem 6 músicas e o lado B tem 5. A razão é que uma das músicas do lado B foi censurada e Mário se negou gravar outra em seu lugar. Trata-se de uma música de Chico Buarque de Holanda intitulada Bolsa de Amores.






Grande sucessos de Mário Reis foram, dentre outros:

Jura (Sinhô) 
Gosto que me enrosco (Sinhô) 
Filosofia (Noel Rosa e André Filho)
Agora é cinza (Bide e Marçal)
Se você jurar (Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves)
Linda morena (Lamartine Babo) 
Cadê Mimi? (João de Barro e Alberto Ribeiro)
Linda Mimi (João de Barro)
Fita amarela (Noel Rosa) 
Dorinha!… Meu amor (José Francisco de Freitas)
Alô… Alô (André Filho)
Isto é lá com Santo Antônio (Lamartine Babo)
Mulato bamba (Noel Rosa) 
Rasguei a minha fantasia (Lamartine Babo)
Deixa esta mulher sofrer (Ary Barroso) 
Joujoux e balangandãs (Lamartine Babo)
Ora vejam só (Sinhô) 
Flor tropical (Ary Barroso)

Mário Reis morreu aos 74 anos, mas deixou o legado de se ser o primeiro inovador na música popular brasileira,


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