sábado, 12 de novembro de 2016

MACHADO DE ASSIS...

 . Rua da Lapa, 264 - Centro 



 ...o bruxo do Cosme Velho


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Foi um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras
Mulato e vítima de preconceito, Joaquim Maria Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro e um mestre de nossa língua. Cronista, contista, dramaturgo, jornalista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na Zona Portuária, em 21 de junho de 1839, filho de pais pobres e mestiços.
Da casa onde nasceu Machado de Assis, na Ladeira do Livramento 65, só restam ruínas do que poderia ter sido a residência, mas sem comprovação.  
Criado por sua madrasta, após a morte dos pais, Machadinho, como era conhecido, era um autodidata, tendo frequentado somente o ensino fundamental em escola pública, no bairro de São Cristóvão, onde morava. Empenhado em aprender, aproximava-se de pessoas que pudessem lhe trazer ensinamentos, como a francesa dona de uma padaria do bairro, que lhe ensinou francês.
No início de seu casamento com D. Carolina, o casal viveu na Rua do Fogo 119 - atual Rua dos Andradas -  mudando-se em seguida para uma nova casa, alugada, na Rua do Catete 206, onde viveram por 24 anos. Era um sobrado com jardim e varanda, muitas árvores, recheado de tapetes e bordados tecidos pela própria Carolina.




Em 1874, o escritor e sua mulher, Carolina, viveram por 11 meses no imóvel, da Rua da Lapa 264 (à época em que o escritor ocupou o imóvel, o número era 94), um casarão agora tombado pelo Patrimônio Histórico. 






Em 1861, ainda morando no Catete, publica seu primeiro livro Queda que as mulheres têm para os tolos, onde já exercita seu estilo “urbano, aristocrata, reservado e cínico”, segundo alguns de seus críticos.
A partir de 1883, Machado de Assis e sua Carolina – não tiveram filhos – foram viver no célebre chalé nº 18, da Rua Cosme Velho, 174.



Mas Machado de Assis teve ainda outros quatro endereços na cidade do Rio:

  • Rua São Luiz Gonzaga, número 48  em São Cristóvão,  após a morte da mãe;
  • Rua Matacavalos (atual Rua Riachuelo), no Centro do Rio, que dividiu com o amigo Ramos Paz, entre os anos de 1860 e 1861;
  •  Em 1871, o casal mudou-se para o segundo andar do imóvel situado na Rua Santa Luzia, número 54, e lá ficaram por três anos;
  • em 1875, mudou-se para a Rua das Laranjeiras, número 4, no Largo do Machado, onde com Carolina permaneceu por três anos no imóvel.
Das casas de Machado de Assis, a da Rua dos Andradas é hoje um estacionamento. Da original, restou a fachada. Na da Rua da Lapa, hoje o casarão é tombado pelo Patrimônio Histórico e o chalé do Cosme Velho, demolido, e o edifício construído no local, além de levar o nome do escritor, tem também uma placa em sua homenagem.

Após a morte da mulher, em 1904, Machado dedica-lhe o soneto À Carolina, considerado uma obra-prima da poesia.
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Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro. 

Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro. 

Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa separados. 

Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.              
Sua vasta obra abrangeu peças teatrais, poemas, crônicas sobre o cotidiano, críticas literárias e teatrais e romances.

Machado de Assis faleceu no Rio, em 1908.


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