sábado, 12 de agosto de 2017

DURVAL FERREIRA


  . Rua São Salvador , 59  - Laranjeiras  

Imagem relacionadaDurval Ferreira (1935- 2007) - Durval Inácio Ferreira - carioca de nascimento, foi arranjador, instrumentista e compositor. Autodidata, começou a aprender violão com a mãe, que tocava bandolim, passando a estudar sozinho o instrumento, até entrar em contato com músicos do quilate de João Donato, Luís Eça, Johnny Alf, Herbie Mann e Tom Jobim, que ajudaram a lapidar seu talento.

Imagem relacionadaApresentou-se pela primeira vez ao público, em 1959, no Liceu Franco-Brasileiro, e, no ano seguinte, no famoso espetáculo do anfiteatro da Faculdade de Arquitetura da Praia Vermelha, “A Noite do Amor, do Sorriso e da Flor”, considerado por Ricardo Cravo Albim como o primeiro registro de um festival de bossa nova, quando teve como companheiros de cena, dentre outros, Luiz Carlos Vinhas, Roberto Menescal, Hélcio Milito, Nara Leão, Nana e Dori Caymmi, Norma Benguel e Os Cariocas. Estava dado o tom de sua carreira: embora não tão famoso como os outros componentes mais conhecidos da bossa nova, Durval Ferreira foi um notável músico e compositor.

Nascido em Pilares - bairro da Zona Norte carioca bem distanciado da orla e origem atípica de um destaque bossa-novista -  criado na Vila Isabel de Noel Rosa e Johnny Alf, Durval Ferreira foi nosso vizinho ilustre do bairro de Laranjeiras. Morou no 6° andar do bloco C, da Rua São Salvador 59, edifício em frente à praça.
E morando na Praça São Salvador, em Laranjeiras, conheceu o gaitista Maurício Einhorn, que o introduziu no mundo do jazz e com ele assinou grandes clássicos da Bossa-Nova.



Sua primeira composição, Sambop, em parceria com Maurício Einhorn, data de 1958, gravada por Claudete Soares em 60, no LP “Nova Geração em Ritmo de Samba”, pelo selo Copacabana.



Resultado de imagem para durval ferreira musicoNessa época, criou seu primeiro conjunto para acompanhar a cantora Leny Andrade.
O grupo tinha Durval Ferreira, na guitarra; Octavio Bailly Jr., no baixo; Pedro Paulo, no trumpete; Paulo Moura, no sax alto e Dom Um Romão, na bateria.

Em 1962, integrou o conjunto de Ed Lincoln e, como guitarrista, tocou no Sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, durante o Festival de Bossa Nova, do Carnegie Hall em Nova Iorque.

Empunhando o violão, participou ainda de gravações do conjunto Tamba Trio e do conjunto “Os Gatos” - Durval Ferreira (violão), Neco (violão), Eumir Deodato (teclados), Paulo Moura (sax alto), Copinha (flauta), Meirelles (flauta), Edson Maciel (trombone), Norato (trombone), Maurício Einhorn (gaita), Maurílio Santos (trompete) e Wilson das Neves (bateria). com os quais gravou sua composição “E nada mais”, em parceria com Lula Freire, incluída no LP Os Gatos,1964.




Durval tem inúmeras composições gravadas por artistas brasileiros e norte-americanos, destacando-se “Batida Diferente”, em parceria com Maurício Einhorn, gravada por Roberto Menescal e pelo Tamba Trio, além de várias outras gravações no Brasil e no exterior.


Compôs a trilha sonora do filme “Estranho Triângulo”, direção de Pedro Camargo, e participou, em 1968, do III Festival Internacional da Canção, da TV Globo, com a música “Rua d'Aurora”, interpretada por Fátima e Tibério Gaspar, tendo participado, como jurado, dos III e IV Festivais Internacionais da Canção.

Seus maiores sucessos foram compostos em parceria com o gaitista Maurício Einhorn: “Tristeza de Nós Dois”, incluindo na parceria Bebeto, gravada por Sérgio Mendes;  também “Estamos Aí”, com Maurício Einhorn e Regina Werneck, lançada por Leny Andrade, no antológico show Gemini V e “Nuvem”, com o mesmo parceiro, gravada pelo conjunto Os Gatos.




Durval Ferreira, injustamente um dos menos festejados compositores da bossa nova, morreu no Rio aos 72 anos, em junho de 2007, três anos depois de gravar seu primeiro disco-solo, no qual incluiu algumas de suas mais belas e célebres canções. Pra muitos ele é considerado um precursor da "batida diferente" da bossa nova, por ter distanciado do samba convencional e se aproximado do que viria em seguida.


"O violão dele era completamente diferente 
do de João Gilberto. 
Era outro estilo, 
mas era tão bom quanto".

Marcos Valle


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