sexta-feira, 5 de maio de 2017

DALVA DE OLIVEIRA, a "Rainha da Voz"



 . Rua Albano, 142 - Praça Seca, Jacarepaguá  


Hoje, há cem anos, no dia 5 de maio de 1917, nascia, na cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, Vicentina de Paula Oliveira, mais conhecida como Dalva de Oliveira  (1917 -1972), “a maior cantora popular brasileira”, na opinião de Heitor Villa-Lobos, opinião compartilhada também por Maria Bethânia. Ficou conhecida como a Rainha da Voz ou o Rouxinol Brasileiro, pois sua extensão vocal ia do contralto ao soprano. Segundo a revista Rolling Stone, foi uma das maiores vozes da música popular brasileira de todos os tempos.

Órfã de pai aos oito anos, sua mãe resolveu tentar a vida na capital paulista, onde Dalva e suas duas irmãs ingressaram no internato Tamandaré, e onde ela iniciou suas aulas de piano, órgão e canto. Foi arrumadeira, babá, ajudante de cozinha e faxineira em uma escola de dança, que possuía um piano. Ali teve início sua carreira como cantora.

No Rio de Janeiro, para onde a família se mudou em 1934, foram morar na Rua Senador Pompeu, e Dalva empregou-se em uma fábrica de chinelos como costureira. Um dos proprietários, Milton Guita, conhecido como Milonguita, era diretor da Rádio Ipanema, atual Rádio Mauá. Aprovada em um teste, em muito pouco tempo Dalva passou a se apresentar nas Rádios Sociedade e Cruzeiro do Sul, deslanchando como cantora e passando a atuar também na Rádio Philips até se transferir para a Rádio Mayrink Veiga.

Em 1935, Dalva conheceu Herivelto Martins que formava com Francisco Sena o dueto Preto e Branco. Ali nascia o Trio de Ouro ( foto ao lado) e o casamento com Herivelto, realizado em 1937, na igreja católica e em um ritual de umbanda na praia. O casal teve dois filhos: o cantor Pery Ribeiro e o produtor de programas televisivos Ubiratan Oliveira Martins

O primeiro disco foi gravado ainda em 37, na RCA Victor, com as músicas Itaguaí e Ceci e Peri, razão do nome do seu primeiro filho. Transferiram-se depois para a Rádio Tupi e para a gravadora Odeon.



A união durou até 1947, quando as constantes brigas levaram ao fim do casamento, do trio e à separação, com a troca de farpas entre ambos, traduzida nas músicas gravadas pelo casal. Matérias que difamavam a moral de Dalva foram publicadas no "Diário da Noite" e fizeram com que o Conselho Tutelar enviasse os filhos do casal para um internato. Em 1949, Dalva e Herivelto oficializaram a separação e se divorciaram.

Dalva voltou a casar-se em 1952, com seu empresário argentino Tito Clement, após uma excursão pela Argentina, e passou a residir em Buenos Aires, na casa de Tito. A cantora não queria mais ter filhos por conta de sua carreira, mas sempre quis ter uma menina. Por isto, adotou uma criança em um orfanato de Buenos Aires, a quem batizou de Dalva Lúcia Oliveira Clement. Retornou ao Brasil em 1960, separando-se de Clement em 1963, e, mais uma vez, perdeu a guarda da filha para seu ex-marido.

Seu terceiro e último casamento foi com Manuel Nuno, 28 anos mais jovem. Em 1965, ao lado do marido na direção, sofreu um grave acidente automobilístico no Rio, tendo que passar por uma cirurgia plástica, o que a afastou dos palcos por algum tempo. Em 1970, lançou “Bandeira Branca”, marcha-rancho de Max Nunes e Laércio Alves, seu último grande sucesso, ao lado das sempre lembradas Ave Maria no Morro e Estrela do Mar.




Dalva de Oliveira, a grande estrela da nossa música popular foi nossa vizinha ilustre de Jacarepaguá, na Rua Albano 142, Praça Seca.



foto de 1952 - Jornal das Moças



Dalva faleceu em 1972, aos 55 anos, e era considerada por alguns críticos musicais como a nossa Edith Piaf, mas, principalmente, como a nossa Estrela Dalva.


Curiosidade:


  • Dalva apresentou-se na BBC de Londres, em 1952, para a então princesa Elizabeth.
  • Em 1937 os estúdios Disney lançaram seu primeiro longa de animação, Branca de Neve e os Sete Anões. No Brasil, para dar voz aos personagens de Branca Neve, os estúdios Disney foram buscar os artistas radiofônicos.
    Para dublar Branca de Neve foi escolhida a cantora Dalva de Oliveira, em começo de carreira. Curiosamente, Dalva apenas fez os diálogos, não sendo a artista que emprestou voz as canções. Quem cantava na versão brasileira do filme era a soprano Maria Clara Tati Jacome (1905-1984). E com pouco mais de dois anos, o pequeno Pery Martins, filho de Dalva, foi convocado para gravar os sons e reações do anão Dunga, que não falava. Anos mais tarde, o menino ficaria conhecido como Pery Ribeiro (1937- 2012),  grande cantor brasileiro.









7 comentários:

anafeiga disse...

É uma curtição visitar o blog, conhecer as histórias, curiosidades, uma viagem deliciosa. Um beijo para a equipe.

Nossos Vizinhos ILustres disse...

Oi Ana,

É uma curtição também pra mim e pra Gilda fazermos o blog. Um saboroso trabalho que gostamos de compartilhar.
Bom te ter por aqui, no blog. Volte sempre!
Bjs

Beth

Unknown disse...

Bom dia, nos dias atuais, quem toma conta da casa da nossa amada Dalva de Oliveira na Rua Albano? É um patrimônio do município?
Obrigada

Nossos Vizinhos ILustres disse...

A casa foi vendida, hoje pertence a outros proprietários que não são da família. A casa não é patrimônio do Município.

Att.
Elizabeth Dias

Unknown disse...

A casa que era dela, tem novos proprietários, hoje é casa de eventos. Moro bem próximo, eu nao era nascida naquela época, mas é uma riqueza da região, saber que esta grande artista tão famosa,e muito falada pela minha querida saudosa mãe morava aqui no bairro da Praça seca Jacarepaguá RJ. Hoje sou vizinha bem próximo, deste rico e não patrimônio histórico.

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Airton Campbel disse...

Sou de 1947 e cresci ouvindo essa linda voz de quem minha mãe era admiradora e por seguimento, também passei a gostar. Tem uma trajetória bonita e também muito trte no campo amoroso. Uma vida sofrida que tentava esconder atrás de sua linda voz. Grande Vicentina, a Estrela Dalva.