segunda-feira, 30 de janeiro de 2017


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O blog tem como tema nesse mês de JANEIRO, 
O VERÃO.

A cada semana um nome celebrando o tema!


NOSSOS VIZINHOS ILUSTRES
  de JANEIRO

domingo, 29 de janeiro de 2017

RUBEM BRAGA


 . Rua Barão da Torre, 42 - Ipanema   

Considerado como um dos melhores cronistas brasileiros, Rubem Braga (1913-1990) lançou seu primeiro livro de crônicas, O Conde e o Passarinho, em 1936.
Foi  correspondente de guerra junto à FEB (Força Expedicionária Brasileira), correspondente internacional de O Globo em Paris, em 1947, e do Correio da Manhã em 1950; embaixador do Brasil no Marrocos entre 1961 e 1963,  e escreveu ao longo de 62 anos de jornalismo, mais de 15 mil crônicas em diversos jornais brasileiros.

O cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos textos de Rubem Braga foi a
       "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo,
provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens,
pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."

Suas crônicas eram marcadas pela linguagem coloquial e pelas temáticas simples.  Mostrava seu estilo irônico, lírico e extremamente bem humorado. Mas sabia também ser ácido e escrevia textos duros defendendo os seus pontos de vista.

Falou em muitas de suas crônicas dos temas verão, mar, praia, e seus personagens como amigos, a viúva na praia, as meninas, as mulheres.

Natural de Cachoeiro do Itapemirim, no Rio de Janeiro, morou e foi nosso vizinho ilustre
  •  primeiro, numa pensão do Catete, onde foi companheiro de Graciliano Ramos;
  • depois, numa casa no Posto Seis, em Copacabana, na Rua Júlio de Castilho,78 , onde o telefone antigo era 27-2053.
  • e por fim no famoso apartamento de cobertura na Rua Barão da Torre, 42 ,em Ipanema, onde mantinha um jardim com pitangueiras, passarinhos, e tanque de peixes. 


Curiosidades:
  • Certa vez disse

    “Às vezes a gente parece que finge que trabalha; o leitor lê a crônica e no fim chega à conclusão de que não temos assunto. Erro dele. Quando não tenho nenhum frete a fazer, sempre carrego alguma coisa, que é o peso de minha alma, e olhem lá que não é pouco.”
Aliás, Manuel Bandeira dizia que o amigo Braga quando tinha assunto era magnífico, mas quando não tinha, era melhor ainda.
  • O acesso da estação de metrô de Ipanema na esquina das ruas Teixeira de Mello e Barão da Torre foi batizado com o nome do escritor, pois a passagem está próxima à famosa cobertura.




domingo, 22 de janeiro de 2017

DICK FARNEY




 . Rua Julio Ottoni, 459 - Santa Teresa   







Farnésio Dutra e Silva, ou Dick Farney (1921-1987), consagrado cantor, pianista e compositor carioca ficou famoso como crooner da orquestra de Carlos Machado, apresentando-se no Cassino da Urca e seu repertório era repleto de sucessos da música norte-americana.Em 1946, foi convidado para ir para os Estados Unidos, depois de encontrar-se com o arranjador Bill Hitchcock e o pianista Eddie Duchin, no Hotel Copacabana Palace.

Durante esta temporada, gravou o famoso tema jazzístico Tenderly, considerada a primeira gravação mundial da canção, a qual, mais tarde, se tornaria sucesso na voz de Nat King Cole.

"Meia-Noite em Copacabana", show bem ao estilo da Broadway, com temas americanos e brasileiros, gravado ao vivo em 1956, e lançado pela gravadora Polydor, é considerado um marco para a bossa nova, devido à mistura de samba com jazz.



LP MEIA-NOITE EM COPACABANA COM DICK FARNEY




Com o advento do novo ritmo, grava, a convite de Aloysio de Oliveira, pela gravadora Elenco, o disco Dick Farney, com a participação especial de Norma Bengell.

A faixa Você (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) é considerada uma das mais belas gravações da bossa nova.





Mas foram duas canções,

que têm como tema nossas praias, que

 marcaram sua carreira:



Teresa da Praia (de Tom Jobim e Billy Blanco)



e o samba-canção Copacabana, de Braguinha e Alberto Ribeiro,  que Dick Farney gravou em 1946, inaugurando a era do samba-canção, e definiu o artista como fundador do estilo que perdurou por muitos anos e influencia estilos até hoje.






Atuou também com sucesso nos primórdios da televisão brasileira. Em 1959, no programa Dick Farney Show, na TV Record - Canal 7 de São Paulo, e na recém-inaugurada TV Globo - Canal 4, Rio de Janeiro, apresentando o programa Dick e Betty 17, com Betty Faria.


Dick Farney, que nos deixou aos 65 anos em 1987. Foi Nosso Vizinho Ilustre na Rua Júlio Ottoni em Santa Teresa, e a casa de nº 459, onde ele nasceu e morou até 1960, ainda guarda a placa em sua homenagem.










domingo, 15 de janeiro de 2017

LIAN PONTES DE CARVALHO, o inventor do Frescobol


 . Avenida Atlântica, 1496 - Copacabana 


 Lian Pontes de Carvalho, paraense, era frequentador do trecho da praia de Copacabana compreendido entre o Copacabana Palace Hotel e a Rua Duvivier , o chamado posto dois e meio. Nadador,  era dono de uma fábrica de móveis de piscina, pranchas e esquadrias de madeira, na Rodovia Presidente Dutra.  Ele começou a jogar na areia algo semelhante ao jogo de raquetes, jogado por oficiais franceses, espanhóis e ingleses. Uma espécie de tênis na areia, em 1945.Em sua fábrica, Lian confeccionou as primeiras raquetes, mas elas pereciam, com facilidade, por causa da maresia. 




Após o término da 2ª Guerra Mundial, o jogo tomou impulso na areia e as raquetes do "seu"Lian vendidas na praia com o auxílio dos guarda-vidas. Sem o intuito de patenteá-las, ele chegou a comercializar boa quantidade delas para uma loja do centro da cidade. Os que não podiam comprar ou mandar fazer suas raquetes em serrarias cortavam pedaços de madeiras nas obras dos prédios em construção na Avenida Atlântica e lhes davam forma e acabamento aparando-as árdua e pacientemente com cacos de vidro, serra tico-tico e lixa. As raquetes eram rústicas e pesadas.  

Lian Pontes de Carvalho, morou no edifício de n.º 1496, na Avenida Atlântica, esquina de Rua Duvivier, já demolido.


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Vendo essa limitação, já na década de 1950, o arquiteto Caio Rubens Romero Lyra, morador da Rua Bulhões Carvalho, no lado do Arpoador, decidiu pedir a um amigo carpinteiro construir outras raquetes mais resistentes à água do mar. O carpinteiro trabalhava na própria casa, na Rua Sousa Lima, também em Copacabana.

Até essa época, o frescobol não tinha esse nome. Ele era conhecido apenas como "tênis de praia", e sua prática na beira da água causa polêmica, por oferecer risco à segurança de caminhantes e banhistas.



Ia, assim o tal tênis da praia se tornando um esporte.

O nome  do esporte, existem duas versões para sua origem. Uma, que foi criado a partir da expressão "frescor do final da tarde" , que  ”era utilizada por senhoras que frequentavam a praia, à tarde. Os “gringos” que não suportavam jogar no auge do calor, preferiam à tarde, no frescor. E aí misturaram os termos “FRESCO” + “BALL” e os cariocas denominaram, então, o esporte de Frescobol.


Outra versão é que o nome teria sido dado, de forma brincalhona, por um de seus praticantes em 1958, o humorista Millôr Fernandes, que naquela época fazia muito sucesso com suas páginas da coluna O Pif-Paf, da revista O Cruzeiro. Era uma forma de definir o pingue-pongue de praia como um esporte de "fresco".

O esporte estendeu-se ao Leme e ao posto 6 sempre com um número crescente de praticantes, o que originou os primeiros atritos entre praticantes e banhistas, e que determinou a primeira proibição pela polícia, em Copacabana, nos anos 50 e 51, transferindo-se para a Praia do Diabo, onde se tornaria a grande academia de Frescobol. Junto com Lian os primeiros jogadores de frescobol foram: Milton Cavalcanti, Geraldo Éboli, Haroldo Hage Nicolau, vários integrantes do famoso Clube dos Cafajestes, como Carlinhos Niemeyer e Mariozinho de Oliveira.

Curiosidades:
  • O frescobol, hoje,é Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro. 
  • Dia 10 de julho é o Dia Estadual do Frescobol

sábado, 7 de janeiro de 2017

LEILA DINIZ


 . Av. Epitácio Pessoa, 204 - Ipanema   



Leila Diniz
(1945 - 1972) uma atriz brasileira que esteve sempre à frente de seu tempo: autêntica, forte, destemida, pioneira, a Musa de Ipanema
“Viver intensamente é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente”.

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Leila Diniz quebrou tabus em uma época em que a repressão dominava o Brasil, exibindo sua gravidez de biquíni na praia e chocando o país inteiro ao proferir a frase: transo de manhã, de tarde e de noite. Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento e detestava convenções. Foi invejada e criticada pela sociedade conservadora da época e pelas feministas.


Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou grande furor foi a concedida ao jornal O Pasquim, em 1969. Nessa entrevista, ela, a cada trecho, falava palavrões que eram substituídos por asteriscos, e ainda disse: Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo. Foi o exemplar mais vendido de O Pasquim. Depois da publicação dessa entrevista, foi instaurada a censura prévia à imprensa no Brasil, mais conhecida como Decreto Leila Diniz.

Perseguida pela polícia política, Leila se escondeu no sítio do colega de trabalho Flávio Cavalcanti, tornando-se em seguida jurada do programa desse apresentador. Alegando razões morais, a TV Globo não renovou o contrato da atriz. De acordo com Janete Clair, não haveria papel de prostituta nas próximas telenovelas da emissora.
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Meses depois, Leila reabilita o teatro de revista, e começa uma curta e bem sucedida carreira de vedete, estrelando a peça tropicalista Tem banana na banda e improvisando a partir dos textos escritos por Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Devido ao sucesso do musical, Leila recebe de Virgínia Lane o título de Rainha das Vedetes.

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Eleita Rainha da Banda de Ipanema, no carnaval de 1971, Leila Diniz morreu em um acidente aéreo, da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem à Austrália.


Um cunhado advogado se dirigiu a Nova Délhi, na Índia, local do desastre, para trazer os restos mortais da atriz. Acabou encontrando um diário que continha diversas anotações e uma última frase, que provavelmente estava se referindo ao acidente: Está acontecendo alguma coisa muito es....

Leila Diniz foi nossa vizinha ilustre de Ipanema.

Morou na linda casa situada à Av. Epitácio Pessoa, 204, onde funciona o Artigiano Ristorante, comandado pela família Aleixo, tendo à frente a matriarca Anna Aleixo.

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E também nossa vizinha ilustre do Leblon, onde viveu no edifício My Rose, à Avenida Ataulfo de Paiva, 630.


Leila Diniz, defensora do amor livre e do prazer sexual, é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas ideias e atitudes. Participou, ao todo, de quatorze filmes, doze telenovelas e várias peças.