sábado, 26 de agosto de 2017

NEWTON MENDONÇA


  . Rua Prudente de Moraes, 1033  - Ipanema  



Carioca, Newton Mendonça - Newton Ferreira de Mendonça -   (1927/1960) foi importantíssimo para o surgimento da Bossa Nova.Aluno de piano mais constante do maestro Villa-Lobos, começou sua trajetória como pianista de orquestra e de boate.


Teve sua primeira música gravada, Você Morreu Pra Mim, parceria com Fernando Lobo, gravada pela sambista Dora Lopes.




“No final da década de quarenta,
a música de Newton Mendonça já era muito diferente
daquela que se fazia à época.
Uma nova estrutura harmônica integrava-se
a uma melodia bela e surpreendente ...
efeitos inéditos...
Era o prenúncio de uma nova música, de uma revolução que se conforma e eclode no final dos anos 50: a Bossa Nova.”

Marcelo Câmara
                       (livro CAMINHOS CRUZADOS)

Da amizade com Tom Jobim surgiu uma das parcerias que mais se destacaram naquela época, renovando o ambiente musical existente e criando uma nova linguagem, que denominariam mais tarde como Bossa Nova. Tom e Newton, não tinham noção da proporção que iria tomar aquelas belas horas de descontração dos dois pianistas.  O início dessa história começa em 1957, com a música Foi a Noite, na voz de Agostinho dos Santos, considerado por alguns especialistas como marco inicial da Bossa Nova.



Newton Mendonça nasceu no bairro do Cachambi, à Rua Capitão Rezende, 78, morou na infância em Todos os Santos, na Rua José Bonifácio, 44 e mudou-se na adolescência para a zona Sul. Morou em Botafogo, Copacabana e  no bairro que marcou sua vida: Ipanema. 





Newton Mendonça foi nosso vizinho ilustre de Ipanema, na Rua Nascimento Silva , na Rua Barão da Torre e depois na Rua Prudente de Moraes, 1033, apartamento onde compôs grande parte de sua obra. No atual prédio desse endereço tem uma placa.




Newton Mendonça compôs 40 músicas e quase todas foram sucesso. Formou com Tom Jobim o par perfeito em harmonia, melodia e inspiração: a dupla " New-Tom". E com ela veio Meditação, Caminhos Cruzados, Discussão, Só Saudade, Samba de Uma Nota Só, Desafinado, Incerteza, Teu castigo, Perdido nos teus olhos, Luar e batucada, Brigas, Domingo azul do mar, Tristeza, Sem você, e por aí vai...

Como Newton ouvia muito jazz e música erudita, entendia que a margem para improvisos nesse ritmo novo que surgia, era importante e podia ficar lindo.  Samba de Uma Nota Só, é um exemplo disso. Tão simples que Tom não acreditava que fosse dar certo.



Newton tem mais de quinze canções sem parceiros, dentre elas: Canção do Azul, Seu Amor Você, O Tempo Não Desfaz, Nuvem, Canção do Pescador- que ganhou o troféu Noel de Ouro, primeiro lugar na Festa da Música Popular, em 1960, no balneário paulista do Guarujá. Festival precursor do modelo de festivais que as TVs Excelsior e Record fariam.


E há ainda 9 canções inéditas com Vinicius de Moraes e por volta de 20 canções com Tom Jobim.

O músico morreu aos 33 anos em 1960, sem ver o sucesso mundial da Bossa Nova.


Curiosidade

No filme Desafinados, produzido em 2006 e dirigido por Walter Lima Jr., o ator Rodrigo Santoro abre com uma música inédita, QUERO VOCÊ, não editada (porém autorizada), de Newton Mendonça e Tom Jobim.




sábado, 19 de agosto de 2017

GAROTO


  . Rua Constant Ramos , 30 - Copacabana  

Imagem relacionadaAníbal Augusto Sardinha , músico que ganhou o apelido de Garoto (1915 – 1955) porque já tocava na rádio como “moleque do banjo” e “garoto do banjo”, quando tinha ainda 11 anos.

Quando se fala em Garoto, lembra-se logo do autor de Gente Humilde e Duas Contas. Mas ele foi muito mais que isso.





Imagem relacionadaJá no início da carreira, nos anos 1930, nos Estados Unidos  passou a acompanhar, como convidado, Carmen Miranda e o Bando da Lua. (Garoto, primeiro à esquerda, em pé).
Gravou com Carmen e pra ela destacam-se os arranjos para as músicas South American Way , Touradas em Madri, O que é que a baiana tem?

Nos EUA, Garoto foi ouvido por ilustres músicos americanos, como Duke Ellington, Art Tatum e Jesse Crawford, que o chamou de “O Homem dos Dedos de Ouro”.

Com seu conjunto vocal e instrumental chamado Garoto e Seus Garotos, acompanhou diversos artistas como Ciro Monteiro, Dircinha Batista, Aracy de Almeida, Orlando Silva e Francisco Alves; tocou com a pianista Carolina Cardoso de Menezes, participou com seu violão dos dois primeiros discos de Luiz Gonzaga, até a partir de 1942, iniciar o período mais fértil da sua vida artística, estreando na Rádio Nacional.
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 A participação de Garoto na Rádio Nacional foi intensa: além de atuar em Um Milhão de Melodias como integrante da orquestra e, muitas vezes, como solista, tinha os próprios programas: Garoto e seus Instrumentos e Garoto e Seus Solos. Além disso, integrava a Orquestra All Stars, dirigida pelo maestro Carioca, apelido de Ivan Paulo.

Seu violão se tornou marcante.

"Foi ele quem primeiro adotou no violão 
os acordes dissonantes 
com os chamados intervalos de sétima maior, 
nona e décima terceira, 
assim como os intervalos aumentados, 
que tanto se popularizaram no
Brasil a partir da Bossa Nova."

 Baden Powell, Raphael Rabello, Paulo Bellinati, Yamandu Costa e Marcus Tardelli, só para citar alguns dos maiores violonistas brasileiros, consideraram Garoto como o pai do violão moderno, o reformulador da linguagem harmônica do violão.


Formou o conjunto Bossa Clube, depois o conjunto Clube da Bossa que se apresentavam na Rádio Nacional, sendo o Clube da Bossa às terças-feiras às 17:45, oferecendo aos seus ouvintes uma série de arranjos modernos,e, como crooner exclusivo, Lúcio Alves.

Nos anos 1950, Garoto conviveu intensamente com alguns dos nomes que se destacaram na Bossa Nova. Luiz Bonfá, Dick Farney, o quarteto vocal Os Cariocas,Tom Jobim, Billy Blanco, Dolores Duran, Johnny Alf, Sylvia Telles, Candinho, Luiz Eça, Chico Feitosa e Carlos Lyra eram admiradores de Garoto, de suas harmonias inovadoras e de suas composições que prenunciavam aquele movimento.

Paulista de nascimento, foi criado no subúrbio de Lins de Vasconcelos, morou em Braz de Pina, e depois migrou para a Zona Sul. Foi nosso vizinho ilustre de Copacabana, na Rua Constant Ramos 30 apartamento 1002.



 “Quando apresento esta obra no exterior, todos perguntam se é minha e em que ano a fiz. Sem esconder, digo que foi produzida em 1923 pelo fenomenal gênio brasileiro das cordas, cujo nome artístico é Garoto. Não o conheci, mas Garoto, humildemente, suplico a sua benção. Quanto orgulho tenho de ser brasileiro, bem como da brasilidade musical de ser e interpretar um gênio das cordas,
como foi você, Garoto!"

                                                  violonista Yamandu Costa



Curiosidade

A parceria com Manuel Bandeira.

O jornal Última Hora, em edição de 02/05/1955, véspera da morte de Garoto, deu a seguinte nota, com o título “Garoto vai gravar”:“Garoto, o do violão (São Paulo Quatrocentão), vai gravar, dentro de poucos dias, duas novas músicas na Odeon. Trata-se, de um lado, de Tema e Variações, de Manuel Bandeira e, do outro lado, Ausência, de Edna Savaget.”

A inusitada parceria entre Bandeira e Garoto aconteceu da seguinte maneira: numa reunião musical na casa de Fernando Tude de Souza, então diretor da Rádio Ministério da Educação, o violonista encontrou o poema de Manuel Bandeira, Tema e Variações, numa das páginas da revista Café Society.

Sentindo-se tocado pelo poema, Garoto o musicou em menos de meia hora. Em uma das reuniões do Clube dos Amigos do Samba, realizada no Automóvel Clube do Brasil, Garoto fez uma gravação desta música para oferecer ao poeta

(“Bandeira sambista”, Correio da Manhã, 26/03/1955, Flagrantes).



sábado, 12 de agosto de 2017

DURVAL FERREIRA


  . Rua São Salvador , 59  - Laranjeiras  

Imagem relacionadaDurval Ferreira (1935- 2007) - Durval Inácio Ferreira - carioca de nascimento, foi arranjador, instrumentista e compositor. Autodidata, começou a aprender violão com a mãe, que tocava bandolim, passando a estudar sozinho o instrumento, até entrar em contato com músicos do quilate de João Donato, Luís Eça, Johnny Alf, Herbie Mann e Tom Jobim, que ajudaram a lapidar seu talento.

Imagem relacionadaApresentou-se pela primeira vez ao público, em 1959, no Liceu Franco-Brasileiro, e, no ano seguinte, no famoso espetáculo do anfiteatro da Faculdade de Arquitetura da Praia Vermelha, “A Noite do Amor, do Sorriso e da Flor”, considerado por Ricardo Cravo Albim como o primeiro registro de um festival de bossa nova, quando teve como companheiros de cena, dentre outros, Luiz Carlos Vinhas, Roberto Menescal, Hélcio Milito, Nara Leão, Nana e Dori Caymmi, Norma Benguel e Os Cariocas. Estava dado o tom de sua carreira: embora não tão famoso como os outros componentes mais conhecidos da bossa nova, Durval Ferreira foi um notável músico e compositor.

Nascido em Pilares - bairro da Zona Norte carioca bem distanciado da orla e origem atípica de um destaque bossa-novista -  criado na Vila Isabel de Noel Rosa e Johnny Alf, Durval Ferreira foi nosso vizinho ilustre do bairro de Laranjeiras. Morou no 6° andar do bloco C, da Rua São Salvador 59, edifício em frente à praça.
E morando na Praça São Salvador, em Laranjeiras, conheceu o gaitista Maurício Einhorn, que o introduziu no mundo do jazz e com ele assinou grandes clássicos da Bossa-Nova.



Sua primeira composição, Sambop, em parceria com Maurício Einhorn, data de 1958, gravada por Claudete Soares em 60, no LP “Nova Geração em Ritmo de Samba”, pelo selo Copacabana.



Resultado de imagem para durval ferreira musicoNessa época, criou seu primeiro conjunto para acompanhar a cantora Leny Andrade.
O grupo tinha Durval Ferreira, na guitarra; Octavio Bailly Jr., no baixo; Pedro Paulo, no trumpete; Paulo Moura, no sax alto e Dom Um Romão, na bateria.

Em 1962, integrou o conjunto de Ed Lincoln e, como guitarrista, tocou no Sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, durante o Festival de Bossa Nova, do Carnegie Hall em Nova Iorque.

Empunhando o violão, participou ainda de gravações do conjunto Tamba Trio e do conjunto “Os Gatos” - Durval Ferreira (violão), Neco (violão), Eumir Deodato (teclados), Paulo Moura (sax alto), Copinha (flauta), Meirelles (flauta), Edson Maciel (trombone), Norato (trombone), Maurício Einhorn (gaita), Maurílio Santos (trompete) e Wilson das Neves (bateria). com os quais gravou sua composição “E nada mais”, em parceria com Lula Freire, incluída no LP Os Gatos,1964.




Durval tem inúmeras composições gravadas por artistas brasileiros e norte-americanos, destacando-se “Batida Diferente”, em parceria com Maurício Einhorn, gravada por Roberto Menescal e pelo Tamba Trio, além de várias outras gravações no Brasil e no exterior.


Compôs a trilha sonora do filme “Estranho Triângulo”, direção de Pedro Camargo, e participou, em 1968, do III Festival Internacional da Canção, da TV Globo, com a música “Rua d'Aurora”, interpretada por Fátima e Tibério Gaspar, tendo participado, como jurado, dos III e IV Festivais Internacionais da Canção.

Seus maiores sucessos foram compostos em parceria com o gaitista Maurício Einhorn: “Tristeza de Nós Dois”, incluindo na parceria Bebeto, gravada por Sérgio Mendes;  também “Estamos Aí”, com Maurício Einhorn e Regina Werneck, lançada por Leny Andrade, no antológico show Gemini V e “Nuvem”, com o mesmo parceiro, gravada pelo conjunto Os Gatos.




Durval Ferreira, injustamente um dos menos festejados compositores da bossa nova, morreu no Rio aos 72 anos, em junho de 2007, três anos depois de gravar seu primeiro disco-solo, no qual incluiu algumas de suas mais belas e célebres canções. Pra muitos ele é considerado um precursor da "batida diferente" da bossa nova, por ter distanciado do samba convencional e se aproximado do que viria em seguida.


"O violão dele era completamente diferente 
do de João Gilberto. 
Era outro estilo, 
mas era tão bom quanto".

Marcos Valle


sábado, 5 de agosto de 2017

NARA LEÃO


  . Avenida Atlântica , 2856 - Copacabana  

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Nara Leão ( 1942-1989) foi nossa vizinha ilustre de Copacabana e seu apartamento considerado o berço da bossa-nova. Nascida em Vitória, Nara veio ainda criança para o Rio de Janeiro com sua família, indo morar na Avenida Atlântica 2856, no famoso apartamento onde, mais tarde, passaram a se reunir os jovens que criaram o movimento.
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Extremamente tímida, Nara desistiu de aprender acordeom, instrumento da moda na época, para se dedicar ao violão, sob os cuidados de Roberto Menescal.

Nara e seus novos amigos, trazidos por Roberto Menescal, como Ronaldo Bôscoli, Carlos Lyra e João Gilberto, entre outros, começaram a se reunir em sua casa para buscar ritmos diferentes e fazer uma nova música. Estava definido o ponto de encontro dos artistas que criaram a bossa-nova. Nara Leão tornou-se, então, a musa do movimento.

Com o aumento do interesse pelo novo ritmo, as apresentações nos apartamentos ficaram pequenas. Assim, começaram as apresentações em universidades e boates.

Em 1963, estreou profissionalmente no musical “Pobre Menina Rica”, de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra. Apesar da superprodução, o espetáculo não fez o sucesso esperado, que só aconteceu com o lançamento do seu primeiro disco, em 1964, onde Nara surpreendeu com o resgate de músicas de compositores como Cartola e Nelson Cavaquinho, e de músicas engajadas, fugindo da temática da bossa-nova.

A menina tímida, que tinha medo do palco, tornou-se uma mulher com opiniões firmes e contestadoras, chegando a atacar os militares em pleno regime militar:

"Os militares podem entender de canhão
 ou de metralhadora, 
mas não 'pescam' nada de política", 

disse a cantora em uma entrevista em 1966. 

Apesar de o então presidente, Arthur da Costa e Silva, querer enquadrá-la na Lei de Segurança Nacional, uma legião de intelectuais saiu em sua defesa, entre eles o poeta Carlos Drummond de Andrade.

Nara lançou vários compositores e inúmeras músicas ganharam fama em sua voz de pequeno alcance como "Pedro Pedreiro", "Olê Olá" (ambas de Chico Buarque), "Maria Moita" (Carlos Lyra / Vinicius), "Corisco" (Sergio Ricardo/ Glauber Rocha), "Esse Mundo É Meu" (Sergio Ricardo), "Maria Joana", "Pede Passagem" (Sidney Miller), "Recado" (Casquinha/ Paulinho da Viola), "Coisas do Mundo, Minha Nega" (Paulinho da Viola), "João e Maria" (Sivuca / Chico Buarque), "Com Açúcar, com Afeto" (Chico Buarque), "Apanhei-te Cavaquinho" (Ernesto Nazareth / Nara Leão), além de praticamente todos os clássicos da bossa nova.

O emblemático álbum de 1964, pela gravadora Elenco



Foi com a “A Banda”, de Chico Buarque, que Nara ganhou o II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966.



Ao lado de João do Vale e Zé Kéti, a cantora foi a estrela do show Opinião, escrito por Oduvaldo Vianna Filho, Armando Costa e Paulo Pontes, um dos mais aclamados da MPB. Por problemas de saúde, foi substituída por Maria Bethânia. Em seguida, estreou o espetáculo 'Liberdade, Liberdade', que foi censurado, permanecendo pouco tempo em cartaz.

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Após um tempo no exílio na Itália e na França, casada com o cineasta Cacá Diegues, Nara teve sua primeira filha, Isabel, e retornou ao Brasil, onde teve o seu segundo filho, Francisco. Nesta fase, dedicou-se quase que exclusivamente aos filhos e ao curso de Psicologia na PUC.

Nara Leão retomou aos poucos sua carreira, cantando com amigos e fazendo shows por todo mundo, principalmente no Japão, onde fazia muito sucesso. Aos 47 anos, na manhã de 7 de junho de 1989, a cantora faleceu devido a um tumor inoperável no cérebro.

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Curiosidades:

  • Em sua estreia, Nara ficou tão nervosa que se apresentou de costas para o público. 
  • Nara Leão foi uma das primeiras cantoras consagradas a apoiar a Tropicália, o movimento musical que revelou grandes nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil. 

Seu grande parceiro e amigo Roberto Menescal compôs a linda canção Nara, em sua homenagem, juntamente com a compositora Joyce.





sexta-feira, 4 de agosto de 2017

*

O blog neste mês de AGOSTO 
vai comemorar os 55 anos 
do antológico pocket show UM ENCONTRO,
na boate AU BOM GOURMET,  falando de
nossos vizinhos ilustres da BOSSA-NOVA .


O show no Au Bon Gourmet, da avenida Nossa Senhora de Copacabana, 
estreou em 2 de agosto de 1962 com a participação do grupo vocal Os Cariocas
do baixista Otavio Bailly, do baterista Milton Banana e, 
pela primeira vez reunidos num espetáculo, 
de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto

Na temporada, por seis semanas, foi lançada “Garota de Ipanema”
com uma introdução especial. 

A direção foi de Aloísio de Oliveira.