sexta-feira, 8 de março de 2019

RACHEL DE QUEIROZ



  . Rua Rita Lutolf, 43 - Leblon  

Imagem relacionada


Possuidora de uma vasta obra, Rachel de Queiroz (1910-2003) escreveu romances, contos e crônicas, além de literatura infanto-juvenil, antologias e peças de teatro. De 1930 a 2002 foram publicadas cerca de 17 obras da autora, que a credenciam como uma das grandes escritoras brasileiras do século XX, motivo de nossa homenagem em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.


“Eu nunca fui uma moça bem-comportada. 
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços. 
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. 
Não estou aqui pra que gostem de mim. 
Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho”.


Nascida em Fortaleza, Rachel residiu em vários endereços em nossa cidade, antes de se fixar no Leblon.

Rachel de Queiroz foi nossa vizinha ilustre no Leblon, 
na Rua Rita Lutolf,  43 , em um prédio que tem o seu nome.







Anteriormente residiu durante 14 anos na 
Rua Cândido Mendes, no bairro da Glória
e durante 12 anos na
Rua Carlos Ilídio, no bairro do Cocotá, na Ilha do Governador
onde seu marido, Oyama, era médico do Hospital Paulino Werneck.

As praias, com águas limpas da Ilha do Governador, e os cinemas “Itamar”, da Freguesia e “Jardim”, da Ribeira, eram os locais mais frequentados pela escritora.



Na foto a residência de Rachel de Queiroz em 1945, na Ilha do Governador, 
local atualmente ocupado por um condomínio.
Foto : O Cruzeiro

Ela foi tradutora, romancista, escritora, jornalista, cronista e importante dramaturga brasileira, descrevendo em sua obra a ficção social nordestina. Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras -  em 1977 - foi, também, a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, em 1993, pelo romance Memorial de Maria Moura, publicado no ano anterior.

Filha de intelectuais, Rachel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910 e sua bisavó materna era prima de José de Alencar. Aos 7 anos sua família muda-se para o Rio de Janeiro e, em seguida, para Belém do Pará. Após dois anos, retornam ao Ceará e Rachel torna-se aluna interna do “Colégio Imaculada Conceição”. Com apenas 15 anos de idade, forma-se professora de História.

Sob o pseudônimo de “Rita de Queiroz”, a escritora publica crônicas no Jornal do Ceará e é convidada para permanecer e colaborar nesse jornal como repórter.





Seu primeiro romance, “O Quinze”, publicado em 1930 - a capa da primeira edição ao lado -  retrata a seca de 1915 no Nordeste e a realidade dos retirantes nordestinos. A obra, bem recebida pelo público, foi agraciada com o prêmio da Fundação Graça Aranha.








“Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas”.


Resultado de imagem para rachel de queiroz e o marido oyama de macedoMilitante política e afiliada ao Partido Comunista Brasileiro desde 1930, casa-se, em 1932, com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, separando-se em 1939.
No ano seguinte, casa-se com o médico Oyama de Macedo - com ela na foto ao lado -  com quem viveu por 42 anos, até a morte do marido, em 1982.


“Não sou feminista. Acho que a sociedade tem que crescer em conjunto. A associação mulher e homem é muito boa e acho um grande erro combater o homem”.



Curiosidades

. A Escola de Samba União da Ilha falou esse ano de Rachel de Queiroz.
O enredo foi  “ A PELEJA POÉTICA ENTRE RACHEL E ALENCAR NO AVARANDADO DO CÉU”.  Ela foi o elo entre o Ceará, a Ilha do Governador e a União da Ilha, já que por lá morou e chegou até a escrever sobre o Carnaval da região, muito antes da escola ser fundada. "As três marias", "O quinze" e "Memorial de Maria Moura" serviram como inspiração direta de  algumas fantasias e alegorias.

Imagem relacionada




. Com a chegada da primeira mulher à Academia, seus colegas tiveram que cuidar de detalhes, antes desnecessários: mandaram fazer um banheiro feminino, na sede da ABL,e pensaram em um modelo feminino de fardão.





Aos 92 anos, no dia 4 de novembro de 2003, na cidade do Rio de Janeiro, descansando em sua rede em seu apartamento no Leblon, faleceu Rachel de Queiroz.


“A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado”.




Nenhum comentário: